São Paulo – Diante do recuo de Pablo Marçal (PRTB) e do avanço de Ricardo Nunes (MDB) nas últimas pesquisas eleitorais à Prefeitura da capital, o deputado Guilherme Boulos (PSol) redirecionou seus ataques à campanha do prefeito, que busca a reeleição e lidera numericamente o último Datafolha, divulgado nessa quinta-feira (12/9).
Estagnado nos levantamentos das últimas semanas, aos quais vinha liderando desde o início, e perigando ficar de fora de um eventual segundo turno, Boulos centralizou a artilharia em Marçal, que apresentava o maior crescimento entre os seus adversários.
Tanto na TV quanto nas redes sociais, a campanha de Boulos compartilhou denúncias contra Marçal por cortes pagos nas redes e não declarados à Justiça Eleitoral, participação em esquema de fraude bancária e a suposta ligação de um de seus aliados com o crime organizado.
No entanto, as pesquisas passaram a sinalizar o recuo de Marçal, o crescimento de Nunes e a queda na rejeição ao prefeito, que detém mais de 60% do tempo de propaganda na TV. Com a mudança no cenário, Boulos voltou sua atenção para atacar, ainda mais, a gestão Nunes.
Nessa quinta, Boulos dedicou todo o seu tempo disponível nos programas de rádio e TV em denunciar, respectivamente, a máfia das creches e o aumento das filas de atendimentos na rede pública de saúde.
No rádio, a propaganda sugere aos eleitores que pesquisem no Google pelos termos “Ricardo Nunes” e máfia das creches, esquema que teria desviado R$ 1,5 bilhão do ensino infantil na Prefeitura entre 2016 e 2020. Embora Nunes não tenha sido indiciado, a Polícia Federal apura se ele teve algum envolvimento com o esquema.
Em relação ao aumento das filas no SUS, Boulos vai além e tem exposto dramas de eleitores que perderam entes queridos por demora nos atendimentos. O psolista também criou o portal ricardonuncamais.com.br para divulgar as histórias. O domínio é quase o mesmo utilizado por Nunes em outro site, que não tem “.br” no fim do link.
Boulos e as mulheres
Tecnicamente empatado com Nunes nas pesquisas, Boulos também busca apostar na rejeição do eleitorado feminino ao prefeito. Para isso, vai apelar ao boletim de ocorrência (BO) por ameaça feito pela primeira-dama, Regina, contra Nunes.
Sob o mote “onde tem bolsonarismo, tem violência contra a mulher”, Boulos vai lançar uma campanha nas redes explorando o apoio escondido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à campanha do prefeito, correlacionando o BO contra Nunes a casos de agressões verbais de Bolsonaro a mulheres.
Um dos exemplos utilizados pelo material é uma fala de Bolsonaro à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em 2014, afirmando que ela “não merece ser estuprada porque é muito feia”. O ex-presidente é réu na Justiça do Distrito Federal por incitação ao estupro no caso.
De acordo com o Datafolha dessa quinta, Nunes e Boulos estão empatados entre as eleitoras mulheres da capital paulista, com 26% das intenções de votos cada.
Fonte: Oficial