São Paulo — A polícia prendeu na tarde desta segunda-feira (23/9) um outro suspeito de participar da morte do delegado de classe especial Mauro Guimarães Soares, de 59 anos. O investigador foi morto a tiros no último sábado (21/9), na Vila Romana, zona oeste de São Paulo.
Segundo a TV Bandeirantes, trata-se de um homem que participou indiretamente do crime. Ele teria ajudado a esconder a motocicleta e o capacete usado pelo assaltante que conseguiu fugir da cena da ocorrência, em uma comunidade da zona sul paulistana.
O fugitivo segue sendo procurado. Durante sua fuga, o suspeito foi atingido por um outro veículo que passava pelo local e caiu em cima de uma outra motocicleta. Ao se apoiar na queda, ele deixou algumas digitais e por meio delas a polícia o identificou.
Crime
O crime foi registrado por uma câmera de segurança. Por volta das 11h, Soares caminhava com a mulher, que também é policial, pela rua Caio Graco, na Lapa, zona oeste de São Paulo, quando dois indivíduos se aproximaram em duas motos, e um deles anunciou o assalto.
Na imagem, o delegado parece fazer menção de colaborar com o assaltante, mas logo puxa sua arma e tem início a troca de tiros.
Ambos caem no chão a poucos metros de distância. Enquanto isso, o outro assaltante foge. A esposa de Soares vai até o suspeito e toma a arma dele. A mulher parece pedir ajuda a pedestres que passavam pelo local.
O delegado foi socorrido e levado para o Hospital das Clínicas em estado grave, mas não resistiu. O suspeito foi encaminhado ao Hospital Universitário da USP, onde permanece internado.
O caso foi registrado como latrocínio no 91º Distrito Policial. A investigação será conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo Deic.
Carreira policial
Mauro trabalhava na Polícia Civil de São Paulo por cerca de 35 anos.
Durante sua carreira policial, ele passou por diversas delegacias da região metropolitana da capital e do interior paulista até chegar ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Ele trabalhava no departamento quando foi morto ao lado da mulher, Ana Paula Ramalho Soares, ex-delegada-geral adjunta.
Mauro Soares já tinha sido delegado seccional de Sorocaba e atuou em delegacias de Osasco e Carapicuíba. Em São Paulo, uma de suas passagens foi pelo 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi. O irmão dele, Maurício Guimarães Soares, foi delegado da Antissequestro, e o pai, Acrisio, chegou a comandar o Deic.
A Polícia Civil prestou uma homenagem ao delegado e deixou uma mensagem de luto no Instagram da corporação.
“A Polícia Civil lamenta profundamente a morte do Dr. Mauro Guimarães Soares. […] Solidarizamo-nos com amigos e família nesse momento de dor”, diz a mensagem. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) também lamentou o ocorrido.
Titular da pasta, o secretário Guilherme Derrite defendeu a necessidade de combater a reincidência criminal. O assaltante, Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos, já tinha sido preso em flagrante quatro vezes por crimes de roubos patrimoniais com uso de arma de fogo e condenado no ano passado.
“Que Deus abençoe os familiares, amigos e colegas policiais do delegado e que os responsáveis pelas leis em nosso país coloquem a mão na consciência, já que a cada absurdo como esse fica mais clara a necessidade de combatermos a reincidência criminal. Não é possível que um ‘especialista’ com um discurso garantista não perceba que essa postura está custando vidas”, disse Derrite.
Fonte: Oficial