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Polícia analisa hipóteses para explicar fraude contra idosos em BH

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Polícia analisa hipóteses para explicar fraude contra idosos em BH

Pelo menos quatro hipóteses podem explicar o sumiço de aproximadamente R$ 500 mil na conta-poupança de um casal de idosos de Belo Horizonte. 

A família das vítimas percebeu a fraude depois de ver os extratos que o banco Bradesco encaminhou para a casa dos clientes. Em menos de dois meses (de maio a julho deste ano), estelionatários realizaram saques no valor equivalente a R$ 390 mil. 

A filha do casal culpa o banco por falta de segurança e pede ressarcimento. “Meu pai tinha essa conta para ter tranquilidade no final da vida”, disse. “Era uma oportunidade para comprar um apartamento, um carro.”

Até a conclusão desta matéria, o banco não havia se posicionado. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a ocorrência. Conforme histórico de casos semelhantes, as autoridades consideram algumas possibilidades. Saiba, abaixo, quais são elas.

Criminosos teriam clonado cartão de idosos

A primeira hipótese é a clonagem do cartão de crédito do banco usado pelo casal. A fraude pode ter ocorrido em algum pagamento no comércio. Criminosos desviam a atenção da vítima enquanto trocam o cartão ou copiam os dados contidos no meio de pagamento do correntista.

Em razão deste golpe, especialistas alertam os consumidores para que não deixem seu cartão nas mãos de ninguém. Excepcionalmente, se for necessário fornecer o documento, o cliente deve acompanhar a operação e conferir os dados ao receber o cartão de volta.

“Chupa-cabra” simula caixa eletrônico

Uma prática já constatada em caixas eletrônicos, especialmente de shoppings, é a troca do sistema de captura de cartão e dados. Os criminosos acoplam à estrutura original eletrônica um equipamento aparentemente similar que extrai os dados dos cartões ali inseridos.

A estrutura, que tem o apelido de “chupa-cabra”, simula o terminal verdadeiro, no qual as pessoas, em vão, inserem seus cartões e senhas. Depois de um tempo, os estelionatários levam embora o equipamento falso com todas as informações sigilosas.

Criminosos fazem o ‘chupa-cabra’, um sistema que simula o terminal de atendimento e captura todos os dados contidos em cartões de débito e crédito | Foto: Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais

Estelionatários dizem que são de central telefônica

Outra hipótese é o uso, por parte dos criminosos, de uma central telefônica falsa. Neste caso, o estelionatário, muito habilidoso verbalmente, se apresenta como funcionário do banco ou da operadora de cartão e solicita dados.

Aproveitando a ingenuidade da vítima, o fraudador oferece algumas facilidades ou soluções para falsas pendências. Nesse sentido, diz que é preciso conferir alguns dados pessoais. É aí que ele obtém as informações que precisa para o posterior golpe.

Idosos são enganados na fila do banco

A terceira hipótese é o frequente golpe na chamada boca-do-caixa eletrônico. Ao perceber a hesitação do idoso, o criminoso se apresenta como funcionário do banco. Ao acreditar na ajuda, a vítima revela a senha e, geralmente, tem seu cartão trocado.

A quarta hipótese é o desvio interno. Neste caso, algum funcionário da instituição aplica o golpe. A falta de atenção na conferência dos extratos motiva o fraudador a cometer o crime.

Depois de capturar os dados da vítimas, como idosos, estelionatários usam as senhas para fazer operações no comércio eletrônico: crimes atingem mais de sete milhões de brasileiros | Foto: Freepix.com

Funcionários acumulam pequenos desvios

A Justiça já desvendou vários casos de funcionários de bancos que ficaram, por meses, subtraindo pequenos valores (centavos) de correntistas. Como as cifras são baixas, o golpe passa despercebido. Contudo, aplicada a várias contas e de forma cumulativa, a fraude rende muito dinheiro. 

Nos últimos anos, o número de golpes no sistema bancário têm aumentado, especialmente em razão do Pix. Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas informa que 20% dos entrevistados sofreram alguma fraude financeira nos últimos 12 meses.

Golpes atingem mais de 7 milhões de brasileiros

Esse número, segundo o estudo, representa aproximadamente 7,2 milhões de consumidores afetados. Desse total, 6% representam fraudes relacionadas à clonagem do cartão de crédito e débito e 3% são transações financeiras sem autorização em conta.

Somente em relação ao Pix, o Banco Central (BC) informou, em setembro, que conseguiu devolver R$ 1,1 bilhão para as vítimas de fraudes ou falhas. O aumento dessa ocorrência fez o BC determinar aos bancos que instalem sistemas de alerta e avisem seus clientes sobre riscos de golpe.

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Fonte: Oficial