O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, criticou nesta quinta-feira,14, o projeto que quer acabar com a jornada 6×1. Segundo ele, a proposta reduziria a produtividade e elevaria o custo da mão de obra. A reportagem é do jornal Folha de S.Paulo.
“O projeto dos 6×1 é bastante prejudicial para o trabalhador, porque vai aumentar o custo do trabalho e elevar a informalidade”, avaliou Campos Neto.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), propõe o fim da jornada em que uma pessoa trabalha seis dias por semana e folga um. O texto também diminui de 44h para 36h por semana o limite máximo de horas semanais trabalhadas.
Durante participação no 12° Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, Campos Neto também voltou a defender um ajuste fiscal pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É difícil ter juros estruturais mais baixos se o fiscal não estiver organizado”, afirmou. “Se a gente não entender que precisamos fazer o ajuste do lado dos gastos, acabamos fazendo com que os prêmios de risco fiquem mais altos”, acrescentou.
Campos Neto destacou ainda que a desancoragem das expectativas de inflação “é a parte que gera mais preocupação hoje” e que a inflação, mais recentemente, tem demonstrado resiliência, com alguns números piores na ponta.
O presidente do BC também reiterou a preocupação da autarquia por um ciclo para reancorar as expectativas.
Federação diz que fim da escala 6×1 pode ter impacto bilionário
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a redução da jornada de trabalho semanal para 36 horas, em quatro dias por semana pode custar R$ 115,9 bilhões ao ano para a indústria nacional.
O número significaria um aumento de 15% no custo total com gastos. Em setores como extração de petróleo e gás natural, o crescimento pode ser de 19%.
“Para discutirmos a redução da carga horária de trabalho, precisamos antes de melhorias no ambiente de negócios para o aumento da produtividade na economia brasileira”, afirmou o vice-presidente da Firjan, Antonio Carlos Vilela, em nota. “No cenário atual, a redução da jornada é um risco ao crescimento do nosso país.”
Fonte: Oficial