Com o objetivo de promover e estimular a integração entre diferentes linguagens artísticas e o diálogo com o ensino das relações étnico-raciais, a EPG Vicente Ferreira Silveira, localizada no Pimentas, promoveu um projeto sobre a valorização da arte como ferramenta de combate às intolerâncias no cotidiano escolar.
Idealizado pela professora Maria de Nazaré Lopes com uma turma do 3º ano do ensino fundamental, o projeto segue os oito passos para uma educação antirracista. Implementadas pela lei federal 11.645/08, que incluiu no currículo oficial das escolas a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena no Brasil, tais ações educativas reconhecem e valorizam as histórias desses povos como ponto fundamental para a desconstrução do racismo.
Durante as aprendizagens, a professora realizou debates interdisciplinares e reflexões sobre a construção do Brasil pelos povos indígenas e africanos a partir de práticas diárias em sala de aula. “Durante a roda de conversa no início do projeto perguntei aos educandos o que eles entendiam por racismo e a turma trouxe, além de situações familiares, casos noticiados pela imprensa, como os que aconteceram com o jogador de futebol Vinícius Júnior, na Espanha, onde o racismo é classificado como crime de ódio”, explicou a professora Maria.
A docente falou ainda sobre diversas ações desenvolvidas na sequência, dentre as quais pesquisas sobre os marcos históricos das conquistas femininas, acesso à educação básica e ao ensino superior e o direito ao voto.
Personalidades inspiradoras
Dentre algumas personalidades marcantes da História, foram abordadas mulheres que fizeram a diferença na sociedade, tais como Dandara, Conceição Evaristo, Sueli Carneiro e Rebeca Andrade. O projeto também abordou personalidades de países africanos, como Nelson Mandela (1918-2013), que recebeu o prêmio Nobel da Paz pelo seu destaque na luta contra as injustiças sociais, o fim do apartheid e da segregação racial que existiu na África do Sul até 1994.
Em relação aos povos indígenas do Brasil, foram abordados os trabalhos de ativistas e ambientalistas contemporâneos como Ailton Krenak, Sônia Guajajara e Daniel Munduruku.
Durante a visita à unidade escolar, a equipe de formadoras da Secretaria de Educação prestigiou atividades de valorização da arte e da cultura afro-brasileira, com apresentações de capoeira, músicas, confecção de bonecas Abayomi e exposições dos educandos.
A partir de interações, experiências e vivências diárias ao longo do processo de desenvolvimento do projeto, a turma reconheceu a importância do respeito à diversidade, debatendo situações de preconceito, discriminação e racismo.
Imagens: Divulgação/PMG