Os Correios, na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentam uma crise financeira sem precedentes, registrando um prejuízo de R$ 2 bilhões entre janeiro e setembro de 2024. Este valor representa o maior déficit da história da estatal nesse período, com a possibilidade de superar o rombo de R$ 2,1 bilhões ocorrido em 2015, no desastroso segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
Para evitar a insolvência, a administração adotou medidas de contenção de despesas, listada da seguinte forma em documento obtido pelo Poder360.
- a) pela suspensão temporária das contratações (mínimo 120 dias);
- b) pela negociação do valor global dos contratos vigentes com redução no mínimo em 10% dos valores bloqueados em 2024 e 2025 e
- c) pela realização das prorrogações de vigências de contratuais a partir de outubro, somente com utilização de recursos oriundos da economia realizada no item anterior.
“Tais medidas visam, fundamentalmente, a recompor o saldo do orçamentário/caixa para retomada do equilíbrio econômico-financeiro e evitar que a empresa entre em estado de insolvência”, afirma um trecho do documento.
Revisão de receitas e causas da crise
A estimativa de receitas para 2024 foi revisada de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, resultando em um déficit previsto de R$ 1,7 bilhão. Os Correios atribuem parte dessa situação à gestão anterior, de 2019 a 2022, e à política fiscal que afetou as importações, conhecida como “taxa das blusinhas”.
Entretanto, os Correios viram suas contas se deteriorarem na gestão Lula, com o advogado Fabiano Silva dos Santos, 47 anos, na presidência da estatal. Ele foi indicado ao cargo pelo Prerrogativas, grupo de advogados próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticos ferrenhos da Lava Jato, operação que desmantelou o maior esquema de corrupção do país.
Uma das medidas “questionáveis” de Fabiano Santos, que tem amizade estreita com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), foi não recorrer em uma ação trabalhista de R$ 600 milhões, o que impactou o orçamento. O Tribunal de Contas da União está investigando essa e outras manobras contábeis.
No governo de Jair Bolsonaro, a quem a gestão petista quer atribuir o atual prejuízo, o lucro dos Correios foi o maior da história, de R$ 3,7 bilhões.
Em 2024, a estatal também assumiu a responsabilidade de cobrir uma dívida de R$ 7,6 bilhões com o Postalis, fundo de pensão dos funcionários, para sanar parte do déficit previdenciário. Em meio aos desafios, os Correios abriram concurso para 3.511 vagas, com salários de R$ 2,4mil a R$ 6,9 mil sem cancelamento de provas ou rompimento de contratos.
Privatização dos Correios
Durante o governo de Bolsonaro, os Correios entraram na lista de privatização. Porém, logo depois de assumir o cargo, em 2023, Lula praticamente encerrou o programa de privatizações e, para os Correios, prometeu “investimento e modernização”. Apesar disso, desde 2023, a estatal viu apenas os prejuízos aumentares.
Além dos Correios, Lula retirou do Plano Nacional de Desestatização a Agência Brasileira /Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S/A (ABGF), a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), a Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec).
Outras três empresas foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI): a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S/A – Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) e a Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras).
Fonte: Oficial