O diretor Brady Corbet optou por filmar “The Brutalist” em película, uma escolha que reafirma a tradição cinematográfica. O longa-metragem, que conta a história do arquiteto judeu húngaro László Tóth, interpretado por Adrien Brody, explora sua fuga do Holocausto e sua busca pelo sonho americano.
O filme apresenta Tóth em sua jornada após encontrar um industrial rico, que transforma sua vida. O cinematógrafo Lol Crawley enfatiza que a equipe se dedicou a estudar a fotografia arquitetônica, buscando capturar a essência das construções com a menor distorção possível.
Para isso, Corbet decidiu utilizar o raro formato VistaVision, uma película de grande formato criada pela Paramount nos anos 1950. Crawley explica que esse método permite uma captura horizontal da película, oferecendo uma qualidade de imagem superior e uma perspectiva mais ampla.
Com um enredo que se desenrola após a Segunda Guerra Mundial, o filme se beneficia das características do VistaVision, similar ao que Alfred Hitchcock fez em clássicos como “To Catch a Thief”. Crawley menciona que essa escolha é uma maneira de atrair o público de volta às salas de cinema, em uma época de crescente popularidade da televisão.
Uma cena-chave do filme retrata Tóth e o industrial Harrison Van Buren (Guy Pearce) em uma pedreira na Itália, um local real que apresentou desafios únicos para a produção. Crawley revela que a equipe teve que trabalhar com a luz natural, devido às limitações de equipamento, o que resultou em um momento decisivo na narrativa.
Essa sequência não apenas ilustra a brutalidade de um personagem, como também destaca a eficácia do uso de câmera na mão, valorizando o formato VistaVision. Crawley acredita que essas cenas provam o valor do formato, que, longe de ser uma mera afetação, se torna essencial para a narrativa.
O épico de mais de três horas foi apresentado em 70mm, e a impressão dos filmes, realizada por Andrew Oran da FotoKem, resultou em cópias que pesam impressionantes 259 libras e contêm cerca de quatro milhas de filme em celulóide. Crawley elogia o trabalho de Oran, destacando sua importância na criação dessas cópias excepcionais.