O número de ônibus depredados na capital paulista chegou a 432, depois de 11 ataques registrados entre segunda-feira (14/7) e a manhã desta terça-feira (15/7), de acordo com a última atualização da SPTrans.
A pasta contabiliza ocorrências desde o dia 12 de junho. Após mais de um mês, a Polícia Civil ainda não conseguiu esclarecer a motivação dos ataques. “A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações”, afirmou.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a Polícia Civil e reconheceu a demora em elucidar as causas e descobrir os autores das depredações. “Está demorando, eu reconheço. Reconheço. Até faço aqui uma crítica à Polícia Civil. Quando a gente tem que elogiar, tem que elogiar, mas também quando tem que criticar, tem que criticar. Está demorando, mas a certeza que a gente tem é que a Polícia Civil vai chegar numa conclusão de identificar quem são essas pessoas e [chegar] à punição”, afirmou o prefeito à Globonews, retificando que a crítica é sobre a lentidão da investigação e não à instituição.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que sete suspeitos de participarem nos ataques contra ônibus já foram presos. “As investigações seguem sob responsabilidade do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), que realiza diligências e analisa dados para identificar e prender outros envolvidos. Mais informações serão divulgadas com o avanço do trabalho policial”, afirmou a pasta.
Prisões por ataques a ônibus
- Em 4 de julho, um adolescente envolvido em um ataque em Cotia, na região metropolitana, foi apreendido e conduzido a delegacia. Ele foi posteriormente liberado aos responsáveis.
- Em 5 de julho, dois homens foram presos em flagrante após danificarem coletivos em Pirituba e Santo Amaro, nas zonas norte e sul, respectivamente.
- Um homem foi preso em 6 de julho acusado de ser responsável por atirar uma pedra em um ônibus e ferir uma passageira no último dia 27, na Avenida Washington Luís, no Campo Belo, zona sul de São Paulo.
- Outro homem foi preso na última quinta-feira (10/7), em Guaianases, na zona leste da capital, após arremessar pedras e danificar um coletivo.
- Não há informações sobre quem foi o quinto homem preso.
Relatório da polícia
Um relatório produzido pela Polícia Civil de São Paulo fez um panorama da atual onda de ataques a ônibus ocorridos na região metropolitana do estado. A análise considera o período do dia 21 de maio até 5 de julho – cerca de um mês e meio. A equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) analisou os 191 boletins registrados pelas companhias de ônibus.
A zona sul da capital é a região de maior concentração de ataques (85), seguida da zona oeste (65), zona leste (19) e centro (16). A zona norte (6) teve o menor número de ataques.
Segundo o levantamento, as vias com pelo menos cinco ataques são: Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Avenida Interlagos, Avenida Vereador João de Luca e Avenida Cupecê, na zona sul; Avenida Brigadeiro Faria Lima, Avenida Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste; Avenida Sapopemba e Avenida Senador Teotônio Vilela, na zona leste.
Quase 70% dos ataques aconteceram entre quintas-feiras e sábados (65 das ocorrências foram em uma quinta). As companhias lesadas foram: Vidazul Transportes, Sambaiba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil — que lidera os ataques, com 40, aproximadamente 30%.
Fonte: www.metropoles.com