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PM da Rota que baleou policial civil foi afastado, diz governo de SP

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PM da Rota que baleou policial civil foi afastado, diz governo de SP

Em nota, a pasta afirmou que o afastamento para acompanhamento psicológico é protocolo da Polícia Militar (PM).

“A natureza da ocorrência foi alterada de homicídio tentado para consumado. A tipificação penal definitiva, eventual indiciamento, bem como outras deliberações e disposições serão definidas a partir da análise dos elementos de prova reunidos ao longo da investigação”, disse a SSP.

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As investigações seguem em andamento no 37º Distrito Policial, do Campo Limpo. Paralelamente, os fatos também são apurados por meio do Inquérito Policial Militar (IPM).

“Morreu porque era preto”, diz irmã

“O meu irmão morreu porque era preto. Estava de moletom e boné, mas não estava descaracterizado. Ele estava com a identificação dele no peito”, detalha Renata Moura.

O investigador, que atuava na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), foi atingido em uma viela no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.

Pedido por justiça

Segundo a irmã, Rafael Moura tinha o sonho de ser policial desde pequeno. “Ele conseguiu realizar e também tinha um sonho de ser delegado”, conta. Agora, resta o sentimento de indignação e o pedido por justiça.

“O policial da Rota atirou pra matar meu irmão. Ele deixou três filhos pequenos e esposa. Meu pai, que já é um senhor de idade, está arrasado. Estamos todos arrasados”, lamenta. “A gente jamais imaginou que ele seria morto por um outro colega da mesma profissão.”

“A conduta [de Marcus] foi errada como policial. Todo mundo quer ver essas imagens, já que ele fala que foi legitima defesa. Todo mundo quer ver, porque ele está na rua”, aponta a irmã de Rafael.


Dinâmica da ação que matou o policial

  • Agentes da Polícia Civil estavam em diligências no Capão Redondo, com viatura da corporação e distintivo.
  • Mesmo com a identificação, em uma viela, policiais da Rota viram os agentes e, acreditando se tratar de traficantes, atiraram.
  • Os agentes, alvos dos disparos, tentaram alertar que eram policiais. Apesar dos avisos, foram baleados.
  • Um dos policiais civis, identificado como Rafael Moura, de 38 anos, foi atingido com três tiros: um no braço, e dois no abdômen.
  • Em estado grave, ele foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde passou por cirurgia e morreu nesta quarta-feira (16/7).
  • O outro policial civil foi atingido de raspão, atendido no Hospital Campo Limpo e liberado.
  • Policiais civis ouvidos pelo Metrópoles disseram que estão revoltados com o caso.

“Entrou para matar”

Um policial, que prefere não se identificar, disse ao Metrópoles que conhece bem a região onde Mendes atirou contra os policiais civis, por já ter trabalhado no território. De acordo com ele, a conduta era desnecessária, já que não costuma haver criminosos armados no local.

Um mês antes da ocorrência que matou Moura, o sargento da PM se envolveu em outra ocorrência a 500 metros do local. Essa, no entanto, resultou em homicídio. A vítima foi um homem ainda não identificado, que, segundo a versão dos PMs, estaria segurando uma arma de fogo.

Inquérito

A Polícia Civil diz ter instaurado um inquérito para apurar se o sargento agiu de forma desproporcional, mas não mencionou a possibilidade de afastamento do agente.

De acordo com o delegado Antonio Givanni Neto, em um primeiro momento, o caso é tratado como legítima defesa putativa, ou seja, quando alguém, de forma equivocada, acredita estar sob injusta agressão e age como se estivesse em legítima defesa. Segundo a autoridade policial, não é possível determinar se houve excesso.

“Sendo assim, decide esta Autoridade Policial pela apuração investigativa em profundidade, eis que a dinâmica dos fatos, num juízo cognitivo sumário carece dessa apuração. O inquérito policial será instaurado”, diz o delegado no boletim de ocorrência.

“[…] O inquérito policial instaurado poderá, com a profundidade que trará os elementos de informação e as provas cautelares, não receptíveis e antecipadas, revelar a ausência ou a presença dos elementos de culpa e se o erro era evitável ou não”, acrescenta Antonio Giovanni Neto.

Segundo o delegado, as imagens de bodycam mostram o PM correndo pela rua e entrando em uma viela, quando dá de cara com um homem armado. Ele então reage de imediato dando quatro disparos e recua. A gravação não foi divulgada pelas autoridades policiais.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado pelo 37º Distrito Policial (DP), do Campo Limpo.

Fonte: www.metropoles.com