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Gasto com previdência militar em São Paulo aumentou 53% sob Tarcísio

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Gasto com previdência militar em São Paulo aumentou 53% sob Tarcísio

O gasto do governo de São Paulo com a previdência de bombeiros e policiais militares cresceu 53% durante a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O montante aportado pelo Tesouro estadual para cobrir o rombo do Sistema de Proteção Social dos Militares subiu de R$ 9,8 bilhões, em 2022, durante o governo de Rodrigo Garcia, para R$ 15 bilhões no ano passado. Em 2023, o total foi de R$ 14,2 bilhões.

Segundo o governo, o montante enviado é “não excede o necessário” e o aumento do déficit está relacionado à queda da arrecadação de militares, uma decorrência da Reforma da Previdência de 2019. Os militares entram em reserva com remuneração equivalente à ativa e as alíquotas de contribuição previdenciária são definidas pelos estados.

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Os números constam nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCESP), que analisa as contas do governador. Na auditoria anual de 2024, o TCE diz que o valor aportado foi maior do que o déficit previdenciário de militares, enquanto o valor destinado aos civis foi menor do que o rombo.

“Nota-se que o valor aportado ao RPPS [Regime Próprio de Previdência Social] dos servidores civis foi inferior ao déficit apurado […]. Por outro lado, o valor repassado ao plano dos militares superou o déficit”, afirmou o relatório.

O governo afirma que, de acordo com a Reforma da Previdência, o Sistema de Proteção Social Militar não exige pré-reserva de recursos, mas orçamento anual suficiente para cobrir os gastos com inativos, pensionistas e assistência médica de bombeiros e policiais.

“A diferença entre o valor da insuficiência e o saldo do déficit está relacionada à forma de contabilização pelo TCE-SP dos valores destinados aos pagamentos dos militares, que não abrange apenas inatividades e pensões, posto que o TCE incluiu valores destinados à Caixa Beneficente da Polícia Militar, que não custeia inatividades e pensões, e sim outras áreas, como assistência médica”, explica. “O estado só repassa o que é necessário para o custeio de benefícios”, acrescenta.

Ainda de acordo com o governo, a previdência de civis têm outros mecanismos de financiamento.

“Além das contribuições dos servidores ativos, inativos e pensionistas, também recebe recursos de fontes como royalties do petróleo e excedentes orçamentários de fundações públicas, o que reduz a necessidade de aportes extraordinários do Tesouro”, diz em nota a Secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado de São Paulo.


Evolução dos aportes para previdência militar

  • Em 2022, o Tesouro de São Paulo enviou R$ 9,8 bilhões para “cobertura da insuficiência financeira” do Sistema de Proteção dos Militares, que corresponde a 84,7% do gasto total, de R$ 11,6 bilhões, conforme análise do TCE das contas do governador daquele ano.
  • Já em 2023, a despesa com pensionistas e inativos militares chegou a R$ 12,2 bilhões e o Tesouro enviou 14,2 bilhões para custear a despesa — o valor aportado subiu 44% em relação ao ano anterior.
  • No ano passado, o custo das pensões foi de R$ 13,3 bilhões, um aumento de 8,52% em relação ao anterior. O Tesouro despendeu R$ 15 bilhões para cobrir a previdência militar. Um aumento de 5% em relação ao ano anterior e de 53% na comparação com 2022.

Em relação ao aumento do déficit, o governo justifica que a queda de arrecadação dos militares também decorre da Reforma da Previdência.

“A queda na arrecadação de contribuições de militares inativos desde 2022 está relacionada à Reforma da Previdência (EC 103/2019 e Lei Federal 13.954/2019), que estabeleceu novas regras nacionais para os militares. Após decisão do STF, os estados passaram a ter autonomia para definir as alíquotas de contribuição”, afirma.

O conselheiro Dimas Ramalho, do TCE, recomendou, em relatório publicado em maio, que o governo “adote providências para adequar o valor da contribuição previdenciária devida ao Sistema de Proteção Social dos Militares”. O documento também sugere que se “verifique a viabilidade de instituir a lei estadual” para regulamentar a previdência militar.

O governo afirma que estuda o envio de um projeto por meio de legislação própria para seguir a recomendação, mas não estipula um prazo para a medida.

Fonte: www.metropoles.com