A entidade Educafro processou o dono da RedeTV!, Marcelo de Carvalho, por racismo após o empresário e apresentador ter dito que uma sujeito “de aparência africana” teria roubado um conhecido durante viagem de férias. A representação jurídica foi obtida pelo Metrópoles nesta segunda-feira (21/7).
No documento, a entidade pede que Marcelo de Carvalho seja condenado ao pagamento de R$ 5 milhões por danos morais, dizendo que o valor deve ser revertido em benefício da comunidade lesada pelo réu, tendo como objetivo a implementação de projetos sociais voltados à coletividade afro-brasileira.
Além disso, a Educafro pede que o apresentador seja obrigado a fazer uma retratação pública a ser promovida na rede social X, antigo twitter. O pedido também requer que a retratação fique por tempo indeterminado no perfil, sob pena de multa diária.
A entidade ainda menciona que o réu seja obrigado a participar de curso de educação antirracista, igualdade racial e/ou direitos humanos, com carga horário de 40 horas. Pede também que Marcelo divulgue campanhas antirracistas nas redes sociais e que ele ofereça o custeio de bolsas de estudos para pessoas afro-brasileiras em cursos de graduação, pós-graduação e/ou cursos técnicos na área de tecnologia e inovação, no valor de R$ 1 milhão.
Desta forma, o valor da indenização solicitada chega a R$ 6 milhões.
Fala racista
- No dia 14 de julho, Marcelo de Carvalho usou o perfil no X para dizer que o irmão do filho mais velho dele tinha sido assaltado durante uma viagem à Barcelona, na Espanha.
- Na publicação, ele diz “Obviamente um sujeito de aparência africana, dos milhões que a Europa deixou entrar, deu uma trombada nele, arrancou o celular e saiu correndo. Ao invés de salvar os mulçumanos africanos, vão acabar com a Europa”.
- Na acusação, a Educafro diz tratar de um caso de “racismo claro e extremo”.
- “Atribuir, de forma generalizada, o aumento de crimes como roubo, estupro e violência urbana na Europa à imigração de pessoas africanas configura uma manifestação inequívoca de racismo, discriminação e xenofobia.”
- Diversas pessoas públicas também repudiaram a fala do dono da emissora.
Fonte: www.metropoles.com