O suplente de Eduardo Bolsonaro (PL), Missionário José Olímpio (PL), tem atuação apagada na Câmara dos Deputados e fiel à cartilha bolsonarista desde que assumiu o cargo no lugar do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em março deste ano.
Ele permaneceu no cargo até o último domingo (20/7), quando venceu a licença do titular do cargo. Se Eduardo cumprir a promessa de não voltar dos Estados Unidos para a Câmara, José Olímpio ficará na vaga até o fim de 2026.
Alinhado ao discurso do titular da vaga, ele contratou apenas uma pessoa para seu gabinete, um ex-assessor de Eduardo, Eduardo Nonato de Oliveira, segundo o site da Câmara. Além disso, fez discursos lacônicos, participou apenas de proposições coletivas e gastou com envio de santinhos.
José Olímpio tem uma longa trajetória na política, com passagens como vereador, deputado estadual e deputado federal, sempre por partidos do Centrão. Nas últimas eleições, acabou como suplente apesar dos mais de 60 mil votos.
Na Câmara, apesar dos discursos que não passavam de algumas frases, ele gabaritou nos principais temas bolsonaristas em suas falas. Pediu anistia para Bolsonaro, elogiou iniciativa favorável aos CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) e citou a família e a igreja– ele é ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus.
Ao todo, ele fez oito proposições, sempre em parceria com outros deputados, entre projetos de lei, proposta de emenda à Constituição, decreto de projeto legislativo e requerimentos, incluindo o pedido de urgência à anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.
Apesar da atuação tímida, em junho gastou quase R$ 22 mil para imprimir 50 mil informativos sobre sua atividade parlamentar. O valor consistiu em quase todo o gasto do deputado em junho, mês em que registrou maior valor de cota de gabinete, sempre abaixo do limite –os montantes permitidos vão de R$ 36,5 mil a R$ 51,4 mil, dependendo do estado do deputado.
Histórico
Antes de ingressar no PL, partido liderado por Valdemar Costa Neto, Olímpio passou por diversas siglas, incluindo MDB, PP, DEM e União Brasil. Natural de Itu (SP), ele foi vereador por seis mandatos — e exerceu dois mandatos como deputado federal pelo PP, entre 2011 e 2019.
Durante sua passagem pelo PP, Olímpio foi denunciado pela Operação Lava Jato, acusado de receber R$ 306,5 mil de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. No entanto, o inquérito foi arquivado pelo ministro do supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, em outubro de 2017.
Em 2014, chegou a propor um projeto de lei contra a “nova ordem satânica”. O projeto proibia o implante em seres humanos de identificação em forma de chips e outros dispositivos eletrônicos, mas acabou sendo engavetado pela CCJ da Câmara.
Faltas
Um dia após o término de sua licença de cerca de 120 dias, o deputado Eduardo Bolsonaro já aparece oficialmente, no site da Câmara, como titular em exercício do mandato.
Como não renunciou, Eduardo voltará a receber o salário de deputado, atualmente de R$ 46,3 mil. O parlamentar, no entanto, levará faltas nas sessões em que o registro de presença biométrico for exigido.
Ele só perderá o mandato quando o número de faltas ultrapassar um terço das sessões plenárias no ano. Até o momento, o filho de Jair Bolsonaro acumula quatro faltas não justificadas no site da Câmara.
Fonte: www.metropoles.com