Edson Campolongo, de 68 anos, preso acusado de depredar 18 ônibus na Grande São Paulo, recebia um salário de quase R$ 11 mil como servidor público na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Edson atuava como servidor há mais de 30 anos e foi demitido nesta quinta-feira (24/7), após confessar à polícia ser o autor dos apedrejamentos à ônibus e ter a prisão preventiva convertida pela Justiça.
Edson trabalhava como motorista na CDHU e recebia um salário líquido de R$ 10.996,13. A informação consta no Portal de Transparência do Estado de São Paulo.
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A CDHU, junto com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, anunciou nesta quinta-feira (24/7) a demissão de Edson. Segundo os órgãos, após conhecimento da prisão do servidor, o secretário Marcelo Branco enviou um ofício à CDHU pedindo que as devidas providências fossem tomadas.
“Acompanhados os trabalhos policiais, com o indiciamento do acusado, e a consequente conversão de prisão preventiva pela Justiça, foi formalizada a demissão”, informou a pasta em nota.
Edson confessou à polícia ser o autor de 18 ataques à ônibus na região de São Bernardo e em cidades vizinhas, como São Paulo e Santo André. O suspeito ainda teria recrutado o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56 anos, que participou de ao menos dois ataques e também teve a prisão preventiva pedida pela polícia.
Em depoimento à Polícia Civil, o motorista alegou que praticou os ataques para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, mas reconheceu que “fez merda” e “não tem nada a ver o que fez”, segundo o delegado seccional Domingos Paulo Neto.
Câmeras flagraram carro oficial da CDHU em vias de ataques a ônibus
Imagens de trânsito registraram o servidor utilizando o veículo oficial da CDHU para realizar os apedrejamentos. O delegado seccional de São Bernardo, Domingos Paulo Neto, afirma que a polícia chegou até o servidor público justamente após identificar o Volkswagen Virtus branco nas imagens, em vias onde havia ocorrido alguns dos ataques.
“Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital”, explicou Paulo Neto.
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Apetrechos e estilingues apreendidos
Foram apreendidos bolas de aço, estilingues e apetrechos em endereços ligados a Edson. Ele disse na delegacia que parte dos objetos foi comprada ainda no ano passado e que escolhia os alvos “aleatoriamente”.
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Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
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Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
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Edson Campolongo
Divulgação/Polícia Civil
Para a investigação, o fato de Edson ter realizado o vandalismo em série o diferencia dos demais suspeitos detidos em meio à onda de ataques, os quais foram flagrados em atos individuais.
Os investigadores não acreditam que a real motivação do servidor público seja “consertar o Brasil”, como ele disse.
Fonte: www.metropoles.com