O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma cobrança pública para que o Congresso puna o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por sua atuação na crise entre o Brasil e os Estados Unidos. Em agenda em Osasco, na Grande São Paulo, nesta sexta-feira (25/7), ele voltou a acusar o filho “03” de Jair Bolsonaro de traição por sua articulação com o presidente americano, Donald Trump.
“Vocês na Câmara têm que tomar uma atitude. Esse cara é deputado, ele se afastou, foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo ‘ô, Trump, salva meu pai, salva meu pai, Trump’”, disse Lula.
Eduardo foi comparado por Lula à figura de Silvério dos Reis, personagem histórico da Inconfidência Mineira que delatou Tiradentes à Coroa Portuguesa, boicotando o dia que seria realizado o movimento pela independência de Minas Gerais. Segundo Lula, Eduardo seria ainda pior que Reis, porque ele teria traído toda a nação brasileira.
“‘Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional dizendo patriota, estão agora agarrados nas botas do presidente dos Estados Unidos, pedindo para ele fazer intervenção no Brasil numa total falta de patriotismo, juntando a sem-vergonhice com traição. Estão pedindo para o presidente dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai, ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse?”, disse o presidente.
No início desta semana, o PT entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Eduardo Bolsonaro não possa ser nomeado para assumir secretarias estaduais. A sigla já havia solicitado, por meio do seu líder na Câmara, Lindbergh Farias (PT), que Eduardo tenha seu salário de deputado federal bloqueado e o seu mandato suspenso.
Qual é a situação do mandato de Eduardo Bolsonaro
- Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro tirou uma licença de 120 dias da Câmara dos Deputados e se mudou para os Estados Unidos.
- O prazo da sua licença terminou no último domingo (20/7). Com isso, Eduardo começa a receber faltas não justificadas e pode perder o seu mandato caso não retorne ao Brasil.
- As faltas ainda não começaram a ser contabilizadas porque o Congresso está em recesso parlamentar, que termina no dia 4 de agosto.
- Aliados de Eduardo estudam conseguir uma indicação para o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro na gestão de governadores parceiros.
- Como secretário estadual, Eduardo poderá se licenciar do mandato por tempo indeterminado, sem a necessidade de justificar suas faltas no plenário.
Ida de Lula a SP
Lula esteve em Osasco para anunciar investimentos de R$ 4,6 bilhões do “Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de Favelas”. O município da Grande São Paulo será contemplado com obras no Jardim Rochdale, Favela da 13 e Favela do Limite.
Durante a agenda, o presidente ainda disse que a família Bolsonaro “está traindo a nação” e induzindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a acreditar na “mentira” de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impor o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros. Além de Lula e Geraldo Alckmin (PSB), os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT), do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e das Cidades, Jader Filho (MDB), integram a comitiva presidencial que foi a Osasco.
Os deputados federais do PT Alencar Santana, Alfredinho, Jilmar Tatto e Vincentinho participam do evento, além do psolista Guilherme Boulos. O secretário nacional de Periferias, Guilherme Simões, indicação de Boulos ao governo Lula, também foi à cerimônia.
Esta é a oitava vez que o chefe do Planalto visita o estado neste ano. Em apenas uma das agendas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atendeu ao convite do presidente. Rivais políticos, Lula e Tarcísio subiram no mesmo palco durante o lançamento das obras do Túnel Santos-Guraujá, em fevereiro.
Fonte: www.metropoles.com
