A Polícia Civil de São Paulo reconstitui, nesta sexta-feira (1º/8), a morte do policial civil Rafael Moura pelo agente da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) da PM em 11 de julho, em uma operação no Capão Redondo, zona sul da capital.
Em 26 de julho, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão contra o PM Marcus Augusto Mendes. Ele responde por homicídio doloso qualificado e tentativa de homicídio, já que durante a ação, ele baleou outro agente que participava da ocorrência.
O agente de telecomunicações Rafael Moura trabalhava na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) e foi baleado em uma viela no Capão Redondo. A família da vítima exige que os registros da câmera corporal do PM sejam divulgados oficialmente. Em 21 de julho, o Metrópoles teve acesso ao conteúdo (veja aqui).
Em um documento, investigadores do 37º DP do Campo Limpo descreveram o conteúdo. “Imagens de bodycam registraram a incursão atabalhoada do sargento, correndo insanamente em desabalada carreira, em alta velocidade, por vielas da comunidade, até que, ao se deparar com um dos investigadores, disparou quatro vezes sem verbalização prévia”, consta no documento que descreve as imagens.
PM da Rota que matou policial civil
- O sargento Marcus Augusto Mendes foi afastado anteriormente de forma cautelar da Rota pelo prazo inicial de 90 dias, por determinação da Justiça, após a morte do policial civil Rafael Moura.
- Moura, agente de telecomunicações do 3º Cerco da Polícia Civil de São Paulo, estava em uma incursão com um colega no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, em 11 de julho.
- Em uma viela do bairro, Marcus e o cabo Robson Santos Barreto, também da Rota, encontraram Moura ao lado de outro policial civil.
- Os investigadores estavam com distintivo e chegaram ao local em viatura caracterizada. Ainda assim, Marcus atirou quatro vezes, e alegou que acreditava se tratar de traficantes.
- Rafael Moura foi atingido por três tiros, e foi internado em estado gravíssimo no Hospital das Clínicas, onde morreu em 16 de julho.
- O policial civil foi velado na Academia da Polícia Civil, na zona oeste de São Paulo, e sepultado no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, na região metropolitana.
- Com a investigação, Marcus e Robson podem ser expulsos da PM e presos por homicídio.
- Um mês antes do episódio em que Moura foi baleado, a dupla Marcus e Robson esteve em outra ocorrência com resultado letal no Capão Redondo, a 500 metros da viela onde encontraram os policiais civis. O fato pesou para que os agentes fossem afastados e investigados.
Para a família, o racismo influenciou na morte de Rafael. “O meu irmão morreu porque era preto. Estava de moletom e boné, mas não estava descaracterizado. Ele estava com a identificação dele no peito”, lamentou Renata Moura, irmã do policial civil, em entrevista ao portal.
Fonte: www.metropoles.com