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Lixo recolhido em praias do litoral SP tem até botijão de gás chinês

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Lixo recolhido em praias do litoral SP tem até botijão de gás chinês

De botijão de gás a embalagens de temperos, a ONG Ecologia em Movimento (Ecomov) já encontrou mais de 4,7 mil resíduos de lixo internacional nas praias do litoral de São Paulo e na região do Vale do Ribeira desde 2019.

O lixo internacional no litoral paulista, que teve aumento de 500% em cinco anos, inclui todos os itens identificados por rótulos ou QR codes  que não são fabricados ou consumidos no Brasil.

Do total do lixo encontrado, 74,4% tem procedência da China. A principal área em que o material foi localizado por equipes da ONG é em Peruíbe, a cerca de 139 quilômetros da capital paulista. Só em um ano, entre 2023 e 2024, foram identificados 1.200 itens nesse local.

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O presidente da Ecomov, Rodrigo Azambuja, destaca que algumas coletas são consideradas inusitadas, seja pelo material encontrado ou pela origem. Em uma ação realizada no dia 12 de julho, equipes encontraram lixo internacional em uma área de preservação ambiental.

Um dos itens mais curiosos encontrados pela ONG foi um botijão de gás da China (vídeo abaixo). Algumas embalagens estão ainda no prazo de validade e foram fabricadas há pouco tempo, o que descarta como principal a possibilidade de que tenham vindo até o litoral por correntes marítimas.

Produtos de limpeza, sabonetes, temperos e até embalagem de macarrão chinês foram identificados pela ONG em uma coleta no fim de 2024. A quantidade de material é tamanha que levou à abertura de um inquérito civil no Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Os ativistas também se preocupam com a composição do lixo encontrado no litoral. Em algumas coletas, foram encontrados produtos com Gamazyme BTC, um corrosivo tóxico para animais marinhos e que pode causar lesões oculares em humanos.

Para o professor do Instituto Oceanográfico (IO) da USP e especialista em poluição marinha, Alexander Turra, a hipótese mais provável é a de que esse lixo seja descartado por embarcações internacionais que passam pelo Porto de Santos e que, para pagar menos para descartar esse material de forma adequada, preferem lançá-los ao mar.

Fonte: www.metropoles.com