A Polícia Militar (PM) identificou o homem que atirou no cabo Johannes Santana, atingido no pescoço durante abordagem ocorrida na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nesta quinta-feira (7/8). O acusado é Kauan Alison Alves dos Santos, de 20 anos, que está foragido.
De acordo com o histórico criminal, obtido pelo Metrópoles, Kauan acumula passagens pela polícia participações em roubos desde a adolescência — são dois atos infracionais, registrados em 2022, um no ano de 2023 e uma passagem, em 2024.
Abordagem
Uma moradora da registrou o momento em que Kauan, ao ser abordado por um policial militar, saca um revólver e atira. O PM ficou caído na Rua Itajubaquara, na Vila Andrade.
Vídeo
O Metrópoles apurou que a Polícia Militar foi atender a uma ocorrência de arrastão nas imediações, quando se deparou com criminosos.
Houve uma perseguição, que seguiu até a favela, onde o policial da Rocam conseguiu abordar um dos suspeitos. Nesse momento, segundo moradores, pedras foram jogadas nele.
Um homem tenta desvencilhar o bandido do PM, momento no qual o policial saca uma arma de choque. Nesse instante, o criminoso retira um revólver da cintura.
Outro homem, que está próximo ao celular que registra a situação, afirma “abaixa [a arma] aí, senhor”, momento no qual o bandido atira uma vez, na região do pescoço da vítima, que cai.
Enquanto o ladrão corre, envolto a gritos de moradores que presenciaram a violência, o PM consegue se levantar, pega um celular em sua motocicleta e, além disso, fala no rádio comunicador. O registro é interrompido neste momento.
Estado de saúde
A reportagem apurou que o PM está consciente, não corre risco de morte e já entrou em contato com familiares para tranquilizá-los da situação. Apesar disso, o agente teve uma vértebra pequena da coluna quebrada na ação e vai passar por exames para avaliar possíveis danos.
Inicialmente, o policial não deve ter os movimentos afetados, mas resultados de novos exames são esperados.
Comunidade com medo
Ao menos duas escolas municipais de ensino infantil liberaram mais cedo seus alunos, após o ocorrido.
Um comunicado da EMEI Perimetral, enviado a pais e responsáveis por alunos, diz que “diante dos últimos acontecimentos em nossa comunidade” liberariam as crianças para “famílias que quiserem e puderem vir buscá-las. Cuidem-se e mantenham-se seguros”.
Em julho, moradores da comunidade protestaram após uma operação da PM que deixou um homem morto no local.
O protesto mobilizou um grande efetivo do corporação na noite desta quinta-feira (10/7). Os manifestantes criaram barricadas e atearam fogo em pneus e madeira nas ruas do bairro.
Capital com o metade dos PMs feridos
Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) mostram que a capital paulista concentra, no primeiro semestre deste ano, 52,3% do total de policiais militares feridos em todo o estado. Foram, respectivamente, 11 e 21 casos.
A cidade também registrou aumento no número de PMs feridos enquanto trabalhavam. Foram 6, entre janeiro e junho do ano passado, ante 11 no mesmo período, representando alta de 83%.
Fonte: www.metropoles.com