São Paulo – Com data marcada para a posse na Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo, o delegado Rodrigo Luis Sanfurgo tem experiência em investigações sobre corrupção e crimes financeiros. Ele integrou o time de delegados que investigou casos da finada Operação Lava Jato, que levou à condenação e prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sanfurgo vai assumir a superintendência da PF em São Paulo no lugar de Rogério Giampaoli, que tinha o desejo antigo de ser adido no exterior e tem expectativa por uma vaga que pode ser aberta no Chile. A cerimônia está marcada para a próxima quarta-feira (10/7), e terá a presença do diretor-geral, Andrei Rodrigues.
Sanfurgo foi chefe da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Corrupção em São Paulo no passado. Em 2016, ele passou a integrar o time de delegados que trabalharam em investigações relacionadas à Operação Lava Jato. Foi dele, por exemplo, o pedido pela prisão de executivos de um banco panamenho que abrigava contas ligadas a offshores abertas pelo escritório Mossack Fonseca, famoso pelo vazamento de seus documentos que levou ao escândalo do Panamá Papers.
Nessa operação, deflagrada em 2016, a PF investigava indícios de que apartamentos no Condomínio Solaris, no Guarujá – o mesmo do famoso triplex atribuído pela Lava Jato a Lula – estavam em nome de offshores para mascarar seus verdadeiros donos. Ele também foi responsável por interrogar o ex-ministro da Fazenda da Ditadura Militar Delfim Netto sobre pagamentos que recebeu por consultorias para a Odebrecht.
Quando Giampaoli passou a integrar a Lava Jato, a força-tarefa vivia uma pequena crise. Havia a informação de que a troca de parte dos delegados faria parte de um desmanche. À época, em meio ao governo Michel Temer (MDB), houve uma carta lida durante entrevista coletiva à imprensa para rechaçar que a equipe estava sendo desidratada. Sanfurgo havia chegado ao time de investigadores com as credenciais de ter chefiado o combate à corrupção em São Paulo.
Fontes na PF afirmam que ele tem boa relação com o delegado Ricardo Saadi, que foi exonerado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O episódio ganhou mais importância quando, ao deixar o Ministério da Justiça, o ex-ministro Sérgio Moro afirmou que o presidente havia feito pressão para tirar Saadi do cargo em meio a uma tentativa de interferência política na PF. No governo Lula, Saadi ganhou um cargo na cúpula da PF, como diretor da área de Combate à Corrupção, em Brasília.
Fonte: Oficial