Mãe de bebê jogado contra a parede teria tentado enganar médicos

São Paulo — A mãe do bebê de 2 anos que foi atirado contra a parede pelo padrasto, de 17 anos, na última segunda-feira (1º/7), disse aos médicos do Hospital Vicentino, em São Vicente, no litoral paulista, que o menino havia se machucado ao cair da cama enquanto brincava com a irmã.

A polícia foi acionada após a equipe do hospital desconfiar da versão, que não condizia com os ferimentos da criança, um afundamento de crânio e diversos hematomas no rosto.

Antes da chegada dos policiais, o padrasto da criança, um adolescente de 17 anos, fugiu. Ele foi encontrado pouco tempo depois na subida do viaduto Mário Covas. O jovem foi apreendido. A mulher, de 22 anos, foi presa em flagrante. A avó materna passou a ser responsável pela guarda da vítima.

O bebê foi encaminhado para a Santa Casa de Santos, onde permanece na unidade de terapia intensiva. A criança apresenta melhora e não está mais entubada.

O casal é investigado por maus-tratos e tentativa de homicídio pela equipe do 1º Distrito Policial de São Vicente. Para o delegado Marcos Alexandre Alfino, eles assumiram o risco de matar a criança, e a conduta da mãe indica omissão.

Urina e choro

Em depoimento, o padrasto de 17 anos admitiu ter agredido o enteado. Quando foi apreendido, ele disse que violentou o menino porque ele estava chorando muito. Posteriormente, em depoimento, acrescentou que se irritou após a criança urinar na cama.

O jovem foi encaminhado para uma unidade da Fundação Casa, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito. Caso seja considerado culpado, ele pode ficar até três anos em reclusão.

De acordo com os registros policiais, a polícia apurou que a criança sofria maus-tratos do suspeito desde o fim de junho e estava machucada na cabeça e no tronco.

Pai do menino agredido

Segundo a advogada do pai da criança, Victorya Santana, a mãe não deixava a família paterna ver o menino. A genitora teria negado uma visita da avó paterna recentemente.

O pai do menino chegou a se reunir com a equipe médica que socorreu o filho. A advogada ainda disse que homem está muito revoltado com a situação. Além do bebê de 2 anos, ele tem uma outra filha com a ex-mulher. A criança estava com a mãe no momento em que o irmão foi agredido pelo padrasto.