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Três acusados de matar policial são absolvidos 10 anos após crime

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Três acusados de matar policial são absolvidos 10 anos após crime

São Paulo – Três suspeitos pelo assassinato do policial civil Alberto Gomes dos Santos foram absolvidos do crime pelo Tribunal do Júri no último dia 28 de junho.

O corpo de jurados concordou que as provas não foram suficientes para comprovar que Fabrício Tinoco, Jefferson de Lima Santos e Demétrio Barbosa dos Santos foram os autores do homicídio, ocorrido na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em dezembro de 2014.

Relembre o caso

Santos, 21 de dezembro de 2014. Por volta de meio-dia, a PM foi acionada após um homem ser baleado no bar Samba da Praça, localizado no Jardim Castelo. Alberto Gomes dos Santos, policial civil, então com 64 anos, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Sentadas em mesas do lado externo do bar, testemunhas disseram à polícia que um desafeto de Alberto o abordou e saiu cinco minutos depois após uma breve discussão. Voltou com dois homens que pediram para os demais frequentadores do bar deixarem o local. Embora não tenham presenciado, confirmaram que um dos três desferiu dois tiros contra Alberto. Depois saíram, não se sabe como – caminhando, de carro ou bicicleta.

O Metrópoles teve acesso ao inquérito que traz versões das testemunhas. Uma delas escutava música do outro lado da calçada do Bar Samba na Praça e contou que viu quando dois indivíduos, entre 20 e 25 anos, surgiram. Um deles já estava com a arma em punho. A dupla pediu que ele saísse dali e fechasse os olhos. O depoente disse que chegou a visualizar um indivíduo segurar a vítima e o outro efetuar um disparo de arma de fogo à queima-roupa, próximo à orelha. Depois, escutou o estampido de mais um disparo. Outra testemunha afirmou que viu a vítima conversando com um dos acusados, no caso Fabricio Tinoco.

Os três homens apontados pela investigação foram identificados e localizados. A Justiça acusou Fabrício Tinoco, Jefferson de Lima Santos e Demétrio Barbosa dos Santos pelo crime, mas permitiu que eles respondessem o processo em liberdade. As versões apontam que o policial civil teria um desentendimento com um dos acusados, que seria causado por uma espécie de disputa familiar.

Quase dez anos depois, o trio foi levado à júri popular. A defesa dos três alegou falta de provas para comprovar a autoria do crime e o corpo de jurados concordou. O Ministério Público (MPSP) não quis recorrer da decisão.

Fabio Hypolitto, que representou a defesa, disse ao Metrópoles que o processo deixou cicatrizes profundas e irreparáveis nos acusados.

“Durante todo esse tempo, eles enfrentaram não apenas a incerteza do resultado, mas também o peso emocional e psicológico de estar sob suspeita por um crime gravíssimo que não cometeram”.

Fabrício, Jefferson e Demétrio foram absolvidos e o processo foi arquivado. “A absolvição no tribunal do povo não só reafirma sua inocência, mas também sublinha os desafios que enfrentaram ao longo desses anos. Esperamos que agora possam começar a reconstruir suas vidas após essa longa jornada”, afirmou o advogado.

Fonte: Oficial