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Mulher morre após ficar 14 dias em fila de espera por cirurgia em SP

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Fila no Hospital de Base - SUS - Sistema Único de Saúde - cirurgia

São Paulo — Uma mulher de 36 anos morreu no último domingo (21/7) após esperar 14 dias em fila para cirurgia contra aneurisma que seria feita pela rede pública do estado de São Paulo.

Erina dos Santos foi diagnosticada com a doença no dia 6 de julho após sentir fortes dores de cabeça.

A família, por meio do advogado Maicon Gomes Pereira, entrou na Justiça e obteve, na última sexta-feira (19/7), uma liminar a qual a juíza Adriana Del Compari Maia da Cunha determinou a urgência na realização da cirurgia de Erina.

Na decisão, a magistrada citou um relatório médico que classificou o estado de saúde da paciente como “grave estado neurológico”, “gravíssimo estado geral” e diz que é de “suma importância uma abordagem cirúrgica de lesão intracraniana com a maior brevidade possível”.

Além disso, a juíza determinou a tutela de urgência para que Erina fosse transferida para uma unidade de saúde com especialidade médica cirúrgica endovascular em 24 horas.

No entanto, segundo o advogado, a decisão saiu após as 17h de sexta e por isso o hospital só respondeu ao pedido na segunda-feira (22/7). Erina morreu um dia antes.

Dor de cabeça

Erina sentiu fortes dores de cabeça e dormência nas pernas na madrugada do dia 6 de julho e procurou a UBS Varginha. Na unidade de saúde recebeu o diagnóstico de enxaqueca.

A dor não passou e, no mesmo dia, a paciente foi para o pronto-socorro Balneário São José. Após cerca de cinco horas de atendimento, ela foi transferida para o Hospital de Parelheiros, onde o aneurisma foi identificado.

Por conta da gravidade do caso, uma cirurgia de emergência foi feita. Após o procedimento, ela foi transferida para o Hospital do Campo Limpo para realizar mais exames.

No dia seguinte, Erina passou por uma angiotomografia, exame que avalia os vasos sanguíneos, que identificou a necessidade de a paciente passar por uma outra cirurgia de emergência. Segundo o advogado da família, a equipe médica do Hospital Campo Limpo tentou transferir a paciente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital das Clínicas, mas a unidade afirmou que estava sem vagas.

A mulher foi entubada e sedada enquanto esperava por uma vaga de transferência.

O coordenador da Neurologia do Hospital Municipal do Campo Limpo, Julio Cesar Guia Pereira, disse ao G1 que Erina já chegou em estado grave na unidade e que o hospital fez de tudo para conseguir a transferência.

O Metrópoles procurou a Secretaria de Saúde do estado e a Prefeitura de São Paulo, mas não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto para manifestações.

A família pensa em entrar com processo na Justiça mas, segundo o advogado, a mãe resiste alegando que “nenhum dinheiro vai trazer ela de volta”.

Fonte: Oficial