A Giannini, tradicional fabricante de instrumentos musicais com mais de cem anos de atuação no mercado, entrou em recuperação judicial. O pedido recebeu aval da Justiça na última segunda-feira, 23.
A decisão é do juiz José Guilherme Di Rienzo Marrey, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados a Arbitragem da Comarca de Campinas (SP).
A empresa acumula dívidas que somam R$ 15,8 milhões. Ela atribui as dificuldades à pandemia de covid-19 e à restrição de crédito imposta pelos bancos. Além disso, a Giannini disse que foi obrigada a liquidar parte de suas linhas de crédito, abertas até aquele momento.
De acordo com a fabricante musical, o isolamento social resultou no fechamento de muitas lojas clientes. Isso teria impactado negativamente o faturamento e aumentado sua inadimplência.
“A instabilidade cambial acarretou o aumento [do custo] da matéria-prima e dos instrumentos musicais importados pela Requerente [Giannini]“, afirmou a empresa, no pedido. “Isso prejudicou diretamente a linha de produção e gerou custos adicionais.”
No Brasil, os pedidos de recuperação judicial subiram 71% no primeiro semestre de 2024, em comparação com 2023, segundo dados do Serasa. Ao todo, 1.014 empresas recorreram à medida nos primeiros seis meses deste ano.
História e desafios da Giannini
Fundada em São Paulo em 1900, a Giannini é conhecida por seus violões e alcançou grande sucesso nos anos 1960, com a popularização da Bossa Nova e da Jovem Guarda.
A empresa também enfrentou momentos de crise, durante a Revolução de 1924 e a Segunda Guerra Mundial. Em 2012, porém, chegou a abrir uma filial em Nova York, nos Estados Unidos, mas a loja acabou descontinuada em 2016.
Desde 2018, a empresa é dirigida por Roberto e Flavio Coen Giannini, depois da morte do de Giorgio Giannini.
Fonte: Oficial