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Isolada, Tabata se lança candidata em SP e perde espaço como 3ª via

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Imagem colorida mostra Tabata Amaral no estúdio do Metrópoles. Ela é uma mulher branca, de terno rosa e camisa branca - Metrópoles

São Paulo – Sem ter formado alianças com outros partidos para estas eleições, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) se vê refém do desenrolar da candidatura de José Luiz Datena (PSDB) para definir como se dará sua campanha à Prefeitura de São Paulo, que será confirmada em convenção neste sábado (27/7).

A pré-campanha de Tabata tentava furar a polarização entre o deputado Guilherme Boulos (PSol) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas foi sufocada pelas entradas de Datena e do influenciador Pablo Marçal (PRTB) na corrida eleitoral e perdeu espaço nas negociações entre os partidos para formar coligações. Com isso, não conseguiu ampliar a verba de campanha nem o tempo de TV na propaganda eleitoral.

A própria estratégia de campanha mudou no meio do ano com a saída do marqueteiro Pablo Nobel, que trabalhou nas eleições de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo paulista e de Javier Milei na Argentina, e a chegada do jornalista Pedro Simões, que chefiou a comunicação da gestão Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro.

Uma ala do PSB alega que, com a troca, Tabata se distanciou dos principais debates entre os outros candidatos e ampliou o foco em falar de sua família, o que teria potencial para afastar o interesse do eleitor.

Vice de Tabata

Às vésperas da convenção, Tabata ainda não bateu o martelo sobre a vice da chapa e ainda vislumbra a possibilidade de contar com Datena ou mesmo algum tucano no cargo, ainda que as duas convenções ocorram no mesmo horário na capital paulista — o PSDB oficializa a candidatura de Datena em convenção neste sábado.

Dentro do PSB, filiados reclamam da postura da equipe de Tabata, que não teria aberto à militância conversas sobre quem indicar a vice, já que, possivelmente, o nome sairá do próprio partido. Uma das opções estudadas pelo entorno da deputada é a de convidar para vice a professora Lúcia França, que foi vice de Fernando Haddad (PT) na disputa ao governo estadual, em 2022.

Casada com o ministro Márcio França (Empreendedorismo), Lúcia é militante de longa data do PSB e uma das principais articuladoras para lançar candidaturas femininas no partido. Reservadamente, Lúcia disse a aliados que a opção não a agrada e que prefere se manter nos bastidores, mas que aceitaria entrar na chapa caso fosse o último recurso.

Efeito Datena

Tabata levou Datena para o PSB, no fim do ano passado, com o objetivo de torná-lo seu vice nestas eleições. Paralelamente, ela negociava o apoio do PSDB e havia dito ao partido que daria preferência a um vice tucano caso Datena desistisse da candidatura.

Foi a própria Tabata quem orquestrou a mudança de Datena para o PSDB, três meses depois, para que, com um vice de outro partido, ela ampliasse o tempo de propaganda eleitoral na TV e tivesse acesso a mais recursos do Fundo Eleitoral.

Em junho, porém, o PSDB lançou Datena pré-candidato a prefeito. O apresentador negou que tivesse dado uma rasteira na deputada: “Eu disse a ela várias vezes que não queria ir. Ela facilitou minha decisão. Me trocaram por 40 segundos [a mais de tempo de TV], e eu não sou relógio. Não é arriscado você pegar um ativo importante da sua campanha e botar em outro lugar?”, disse Datena à Folha.

Como adversário, Datena desidratou as intenções de Tabata ainda na pré-campanha. No início do ano, a deputada figurava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, atrás de Boulos e Nunes. Com Datena e Marçal na disputa, a pessebista caiu para 5º lugar nas intenções de voto, o que a deixou de fora, por exemplos, das sabatinas feitas por Folha/UOL, que considerou apenas os quatro primeiros colocados.

O preço da campanha

No ano passado, o Metrópoles mostrou que pessebistas já receavam a falta de verba do Fundo Eleitoral para a campanha de Tabata. Principal fonte de financiamento das candidaturas, a maior parte do Fundão é dividida entre as legendas de forma proporcional às cadeiras que cada partido possui no Congresso Nacional.

Para 2024, do polpudo valor de R$ 4,9 bilhões do Fundão, R$ 147 milhões (menos de 3%), ficarão com o PSB. Há quatro anos, quando o fundo era bem menor, de R$ 2 bilhões, o partido recebeu R$ 109 milhões, uma fatia de 5%.

Sem outro partido para compor com Tabata nestas eleições, e assim acrescentar mais verba à candidatura, o PSB teme que a campanha não atinja projeção suficiente para que a deputada se mantenha um ativo viável para disputar novamente a Prefeitura em 2028.

Fonte: Oficial