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Ibovespa cai com temor de aumento do risco fiscal e à espera de decisão sobre juros

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Dólar sobe e Ibovespa cai após frases de Haddad

O Ibovespa sucumbiu ao nível dos 126 mil pontos na manhã desta segunda-feira, 29, depois de ter tocado máxima aos 127.657,17 pontos, em alta de 0,13%. O recuo destoa da alta da maioria das bolsas norte-americanas.

Porém, o ganho dos índices em Nova York é moderado, com os investidores à espera de balanços e da decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Além disso, os bancos do Japão e da Inglaterra também têm decisões de política monetária nesta semana.

No mesmo dia do anúncio da taxa básica de juros pelo Fed — quarta-feira, 31 —, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve manter a Selic em 10,5% ao ano. Diante de renovados temores com a inflação e o fiscal brasileiros, espera-se um tom cauteloso do comunicado do Copom.

O temor fiscal foi reforçado nesta segunda-feira, 29, depois da divulgação dos dados do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras).

Houve déficit primário de R$ 40,9 bilhões em junho, depois de um déficit de R$ 63,9 bilhões em maio, informou o Banco Central. Foi o maior déficit para o mês desde 2023.

Mercado espera detalhes de plano de contingenciamento

Por isso, é grande a expectativa, na terça-feira, 30, pelo governo, dos detalhes do contingenciado de R$ 15 bilhões anunciado recentemente para o cumprimento das regras fiscais, para saber de onde sairão os recursos.

“Apesar de o presidente Lula reforçar que está comprometido com o fiscal, dificilmente deixará de conceder benefícios sociais para controlar as contas públicas. Por isso, o mercado acredita cada vez menos no comprometimento fiscal”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Como reforça, Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a expectativa pelo detalhamento do contingenciamento fica no radar dos investidores, em meio à baixa confiança com a dinâmica das contas públicas. “A política monetária também está no foco da semana por aqui, à espera dos sinais do Copom, que deve reconhecer o quadro inflacionário mais desafiador à frente”, estima o economista em relatório.

Estimativa da inflação pelo Focus também impactou índice

Além do novo resultado negativo do setor publico de junho, o Focus trouxe mais uma rodada para cima nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — de 4,05% para 4,10% em 2024 e de 3,90% para 3,96% em 2025.

“O fiscal continua preocupando”, pontua Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, citando que além do déficit do setor público em junho um possível comprometimento das contas públicas em função da política de salário mínimo do governo.

Os números do Ibovespa nesta segunda-feira, 29

Na sexta-feira 26, o Ibovespa, é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, fechou em alta de 1,22%, aos 127.492,49 pontos, quase zerando a queda semanal (-0,10%). Às 11h30 desta segunda, o Ibovespa cedia 0,49%, aos 126.849,71 pontos, ante recuo de 0,50%, com mínima aos 126.821,01 pontos.

Um dos destaques é a queda de quase 1,4% nas ações da Petrobras, em meio ainda ao recuo de 0,66% do petróleo no exterior. Apesar da alta de 0,06% do minério de ferro em Dalian, na China, Vale cedia 0,37%, com Usiminas PNA tendo o maior recuo do segmento metálico (-5,06%). Na semana passada, a empresa informou prejuízo no segundo trimestre após lucro.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado

Fonte: Oficial