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Salvo de acidente aéreo por atrasar 2 minutos: “Mais um tempo de vida”

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São Paulo — Este domingo (11/8) de Dia dos Pais está sendo emotivo para o veterinário Oswaldo Fernandes Costa Junior. Por um atraso de dois minutos, ele e sua filha não embarcaram no voo 2283, que saiu de Cascavel, no oeste do Paraná, e caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na tarde de sexta-feira (9/8). O acidente aéreo matou 62 pessoas.

Os dois fariam uma conexão em Guarulhos. “Íamos passar o dia dos pais em Vitória na casa de amigos. Graças a Deus cheguei dois minutos atrasado. Não me foi permitido fazer o check in e, logo depois, chegaram umas oito ou nove pessoas e não permitiram que ninguém embarcasse”, contou à emissora RPC.

O atraso de dois minutos foi causado pelo somatório de pequenos contratempos, incluindo a demora em estacionar em frente ao aeroporto.

“A gente agradece a cada coisa que aconteceu. Aquele semáforo que fechou, aquele telefonema que aconteceu um pouco antes e impediu que a gente chegasse mais cedo, aquele compromisso que a gente demorou um pouco mais, até a vaga para estacionar em frente ao aeroporto, que foi um pouco dificultosa para encontrar. Essa somatória de coisas levaram a apenas dois minutos de atraso. O check-in encerra pelo sistema da Voepass às 10h40 e eu cheguei exatamente 10h42. Morreram 58 passageiros, eu seria o número 59”, relatou.

Emocionado, ele diz sentir a dor dos familiares das 62 vítimas. “A gente tá muito comovido com as imagens que estamos vendo e com as 62 pessoas que perderam a vida. Imagino o desespero dessas famílias. Por outro lado agradeço muito a Deus por a gente não estar nesse grupo. Deus me deu mais um tempo de vida”, contou à emissora.

Quinto maior acidente

O avião de prefixo PS-VPB saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista para as 13h50. 

Este foi o quinto maior acidente aéreo da história no país. Peritos da Aeronáutica e da Polícia Federal (PF) investigam o que levou a aeronave a perder velocidade a tal ponto de as asas ficarem sem pressão aerodinâmica, mas não há previsão para a conclusão das investigações, que podem durar até um ano.

As caixas-pretas do avião estão em Brasília para análise dos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Identificação dos corpos

Após intenso trabalho de combate a chamas e resgate que durou cerca de 30 horas e localizou os corpos das 62 vítimas do acidente, as atenções se voltam, neste domingo (11/8), para o trabalho de identificação dos passageiros e tripulantes no Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo.

O IML foi fechado para atender apenas as vítimas do acidente. Uma força-tarefa, que reúne mais de 40 profissionais, entre os quais 30 médicos e odontologistas, radiologistas e antropologistas, trabalham no local, segundo o governo estadual, para liberar os corpos para que as famílias se despeçam e prestem as últimas homenagens.

Como algumas vítimas foram carbonizadas, há uma maior dificuldade na confirmação da identidade, que só poderá ocorrer por meio de testes de DNA.

Fonte: Oficial