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Carro na contramão estava a 114 km/h e tampa de uísque foi encontrada

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São Paulo — O carro que seguia em alta velocidade na contramão, colidiu de frente contra um veículo e matou o motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 13 de julho, estava “em alta velocidade a cerca de 114 km/h, acima daquela permitida na via”, de 50 km/h, segundo a perícia da Polícia Civil.

O veículo conduzido por Ednaldo estava a 18 km/h.

Felipe Gambeta Malheiro e Gustavo Moreira Cardozo, ambos de 21 anos, que estavam no Hyundai I30 que colidiu de frente com o Fiat Uno de Ednaldo, estão presos desde 1º de agosto. A dupla virou ré por homicídio doloso com dolo eventual, além de fraude processual.

A perícia identificou ainda no carro que cometeu o acidente a tampa e a caixa da garrafa de uísque que já havia sido encontrada no banco do carona do I30 pela Polícia Militar (veja na galeria abaixo). A imagem da bebida foi anexada ao boletim de ocorrência feito pela PM.

Isso indica um possível consumo de bebida alcoólica para além do que Felipe e Gustavo já haviam consumido em um bar a menos de um quilômetro do local do acidente. Eles compraram dois “combos” de vodca e uma garrafa de licor em um bar momentos antes da batida

Inicialmente, Felipe se identificou aos policiais militares como o condutor do veículo que provocou o acidente. Ele depois foi indiciado por fraude processual e por entregar carro a pessoa não habilitada, já que imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que ele sai pelo banco do passageiro do carro (assista abaixo). No vídeo, é possível ver Gustavo Cardozo saindo do carro pela porta do motorista.

As informações sobre a perícia foram confirmadas pelo advogado da família da vítima, André Lopes.

A defesa de Felipe e Gustavo já foi procurada pelo Metrópoles em outras ocasiões, mas se nega a comentar o caso.

PM não fez bafômetro

As câmeras corporais dos agentes que investigaram o caso registraram que os agentes não pediram o teste do bafômetro a Felipe Malheiro, que disse aos policiais que conduzia o carro, mesmo ele admitindo que havia bebido no dia.

Os PMs que compareceram ao local entenderam que o rapaz não apresentava sinais de embriaguez, segundo disseram em depoimento. Os policiais ainda relataram que não tinham, no local do acidente, o aparelho de etilômetro necessário para realizar o teste.

Sem ver a necessidade de registrar BO na Polícia Civil, porque “não houve sinais de embriaguez ou de entorpecentes em nenhuma das partes”, os PMs fizeram apenas um boletim de ocorrência militar e entregaram às partes uma notificação de ocorrência.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a “natureza da ocorrência” foi alterada após a confirmação da morte de Ednaldo e um inquérito foi instaurado no 1º Distrito Policial de Guarulhos.

Vítima gravou áudio antes de morrer

O motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes gravou um áudio, ainda no hospital, em que tranquiliza familiares depois de se envolver no acidente e morrer no domingo (14/7).

“Tô bem. Colisão, né. O cara veio na contramão, mas eu tô bem. Tô com dor no abdômen, né, por causa do cinto que prende na hora e o airbag, né. Fazendo tomografia, fazendo as coisas aqui. É provável que eu não saia agora, né. Mas tô bem. Só com uma dorzinha no abdômen. Mas graças a Deus. Tava andando direitinho, com cinto. Deus deu um livramento maior”, afirma Ednaldo (ouça abaixo).

Fonte: Oficial