São Paulo — A família de um adolescente de 14 anos, que tirou a própria vida na terça-feira (13/8), responsabiliza o Colégio Bandeirantes, escola de alto padrão na qual o jovem estudava, na zona sul de São Paulo.
O adolescente foi sepultado nessa quarta-feira (14/8).
Um parente diz que a vítima sofria bullying por ser gay, negro, de origem humilde, e afirma que a instituição está se isentando de “qualquer responsabilidade”.
Em uma publicação nas redes sociais, um tio do estudante reforçou a condição de vítima de bullying do sobrinho, situação encarada, segundo ele, com “descaso” pelo colégio. O parente disse ainda que a escola enviou uma coroa de flores e um e-mail de pesar. A ação, na avaliação do tio, é “sem significado para uma família que enterra um jovem”.
Na publicação, ele cobrou uma postura da instituição de ensino:
“Que conduta o colégio tomará para evitar que outros nos deixem de forma tão trágica? Como um colégio de ricos, feito para ricos e por ricos aborda a situação do bullying? Ele só queria poder dançar livremente. Quantos outros se calarão, talvez para sempre, frente à crueldade da homofobia e do desrespeito de classes”.
Segundo o tio, a vítima era bolsista e cursava o 9° ano do ensino fundamental.
Em um áudio atribuído ao adolescente, obtido pela reportagem, ele afirma que sofria ataques verbais de outros alunos.
O Colégio Bandeirantes foi procurado pelo Metrópoles, nesta quinta-feira (15/8), mas não havia se posicionado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado.
O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.
Fonte: Oficial