São Paulo — Marcada por intensa troca de acusações, que vão de corrupção a ligação com o tráfico de drogas, a campanha pela Prefeitura da capital completou oficialmente uma semana semana nessa sexta-feira (23/8) e os candidatos registraram as primeiras doações recebidas dos apoiadores e de seus partidos.
Cinco dos dez postulantes ao cargo já enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os valores recebidos por suas campanhas até o momento. Nesta eleição, o limite de gastos na disputa pela prefeitura foi fixado em R$ 67,3 milhões no primeiro turno e em R$ 26,9 milhões no segundo.
O Metrópoles conferiu como foi a primeira semana de doações e fez um ranking dos candidatos que receberam mais dinheiro até agora. Confira abaixo:
1º lugar — Tabata Amaral
Candidata pelo PSB, a deputada Tabata Amaral tem a maior receita entre as campanhas que já declararam doações até este momento, com R$ 10,8 milhões. A maior parte do valor, 98,7%, veio do fundo eleitoral repassado pela direção nacional do partido.
Tabata também recebeu doações de nomes como Marco Racy Kheirallah, investidor da Bolsa de Valores; Rodrigo Wright Pipponzi, fundador da Editora MOL e herdeiro da Droga Raia; e do advogado João Paulo Ferraz Vasconcellos. Eles enviaram, respectivamente, R$ 50 mil, R$ 20 mil e R$ 15 mil para a campanha da pessebista.
A candidata declarou ainda as doações que recebeu por meio de um financiamento coletivo. Até a noite dessa sexta-feira, R$ 46,4 mil tinham sido arrecadados com a vaquinha on-line, segundo os dados disponíveis no site do TSE.
2º lugar — Marina Helena
A candidata Marina Helena (Novo) é a segunda com maior valor declarado à Justiça até agora, com R$ 715 mil. A candidata recebeu R$ 700 mil dos diretórios nacional e municipal do partido, o que representa 97,9% do montante da campanha. Além disso, o empresário Joel Antonio Bronzatto Pagan doou R$ 15 mil para Marina.
3º lugar — Pablo Marçal
O influenciador Pablo Marçal (PRTB) ocupa o terceiro lugar no ranking, mas recebeu as maiores doações de pessoas físicas entre todas as candidaturas. Sem nenhum repasse do partido, já que o PRTB não tem acesso ao Fundo Eleitoral, Marçal tem feito pedidos de Pix em suas redes sociais e já arrecadou R$ 563,9 mil para a campanha.
O influencer recebeu duas doações de R$ 100 mil. Uma delas foi enviada pelo bilionário Helio Seibel, um dos donos do Grupo Ligna, que tem ações em empresas como Leo Madeiras e Klabin. Em 2022, Seibel fez doações para as campanhas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O empresário Helvio Paulo Ferro Filho foi o responsável pela segunda doação de R$ 100 mil. Como mostrou o Metrópoles, Ferro Filho já foi preso com uma arma ilegal em agosto de 2022. Ele pagou a fiança e respondeu em liberdade. Em novembro de 2023, ele fez um acordo com o Ministério Público de Goiás, em que admitiu a culpa do delito e ficou livre da condenação.
Marçal também declarou ter recebido R$ 36,9 mil de doações de “origem não identificada”. Recursos que não tem a origem declarada não podem ser utilizados na campanha, segundo o TSE.
4º lugar — Guilherme Boulos
O deputado federal Guilherme Boulos (PSol) ainda não declarou os repasses do fundo eleitoral do partido, mas já registrou R$ 57,2 mil recebidos por meio de financiamento coletivo. Entre os doadores da campanha estão o pai do candidato, o infectologista Marcos Boulos, que enviou R$ 1.064 para o filho.
5 º lugar — Altino Prazeres
O candidato Altino Prazeres (PSTU) foi quem declarou ter recebido a menor quantia em dinheiro até o momento. O metroviário recebeu R$ 200 do apoiador José Claudio Pavan.
Sem dinheiro declarado
O prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o apresentador José Luiz Datena (PSDB), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Bebeto Haddad (DC) não registraram nenhuma doação no sistema do TSE até agora. O Metrópoles questionou as campanhas sobre o financiamento das candidaturas.
A assessoria de Datena confirmou que o candidato não recebeu doações nesta primeira semana. Em nota, a campanha de Nunes afirmou que enviará os dados sobre o dinheiro recebido “no tempo exigido” pela Justiça e disse ainda estar dentro do prazo.
As campanhas de João Pimenta e Senese não responderam à reportagem. O Metrópoles não conseguiu contato com a equipe de Bebeto Haddad.
Fonte: Oficial