Home Tecnologia Cérebro de gel joga pingue-pongue e aprende enquanto pratica

Cérebro de gel joga pingue-pongue e aprende enquanto pratica

5
0
Cérebro de gel joga pingue-pongue e aprende enquanto pratica

Uma equipe de bioengenheiros da Universidade de Reading, no Reino Unido, criou um cérebro de gel transparente que não só consegue jogar “Pong”, espécie de simulação do tênis de mesa no computador, como também melhora suas habilidades com o passar do tempo. A informação é do site Science Alert.

Durante as pesquisas, comprovou-se que o hidrogel, quando conectado a uma versão adaptada do jogo por meio de uma matriz de eletrodos, apresenta melhora na precisão, além de estender a duração das partidas. A descoberta demonstra a capacidade de “memorização” de um material muito simples.

Segundo o engenheiro biomédico Yoshikatsu Hayashi, da University of Reading, no Reino Unido, o estudo comprovou como materiais básicos possuem capacidade de adaptação ao responder a comportamentos complexos. Isso ocorre, sobretudo, quando essas composições encontram-se associadas a sistemas vivos ou à Inteligência Artificial (IA) sofisticada.

Por dentro do cérebro de gel

O hidrogel utilizado no experimento, à base de um polímero eletroativo, muda de tamanho ou forma quando se aplica corrente elétrica a ele. O funcionamento é semelhante ao de um músculo quando estimulado.

Os cientistas acreditam que alguma forma de “memória” é criada dentro do material, embora o gel esteja muito distante de um cérebro artificial. “Esse estudo abre possibilidades para o desenvolvimento de materiais ‘inteligentes’, capazes de se adaptarem ao ambiente”, disse o cientista Hayashi ao site.

Glóbulo de células cerebrais

Há dois anos, pesquisadores da mesma universidade também mostraram o comportamento de um glóbulo de células cerebrais humanas em uma placa de Petri. À época, verificou-se que ele pode aprender a jogar Pong quando recebe resposta, conseguindo acertar a “bola” do jogo com a “raquete”.

A intenção era demonstrar a verificação da habilidade em materiais mais simples do que o tecido cerebral humano. Na ocasião, tiveram a ideia do hidrogel EAP. Ele muda de forma quando uma corrente elétrica é aplicada.

Pesquisas anteriores mostraram que ele poderia “memorizar” uma pulsação sincronizada com um marca-passo, da mesma forma que um coração bate, expandindo e contraindo. O hidrogel de poliacrilamida mantinha uma “memória” da pulsação, mesmo depois de desligar o marca-passo.

Os experimentos, contudo, não mostraram ser o gel consciente ou capaz de se comportar deliberadamente. Apenas demonstrou o material como capaz de reter impressão de uma influência física.

Fonte: Oficial