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Quem é Ricardo Nunes, candidato à Prefeitura de SP pelo MDB

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Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de meia idade, de cabelo e barba pretos, de tipo magro, vestindo camisa azul clara de mangas arregaçadas, em imagem da cintura para cima. Ele está em um palco, falando ao microfone e olhando para o horizonte, com um banner da prefeitura de fundo - Metrópoles

São Paulo — Prefeito de São Paulo desde maio de 2021, quando assumiu o comando da maior cidade do país após a morte de Bruno Covas (PSDB), de quem era vice, Ricardo Nunes (MDB), 56 anos, tenta a reeleição em outubro com a maior coligação da eleição na capital (12 partidos) e o apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nunes começou a pavimentar seu caminho eleitoral logo após o término das últimas eleições presidenciais, no fim de 2022. Ciente de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria um candidato na cidade, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), ele se aproximou dos bolsonaristas em busca de uma polarização com a esquerda.

Bolsonaro nunca demonstrou empolgação com o prefeito, que tem origem na centro-direita, mais moderada, mas embarcou no projeto pela reeleição ao se ver pressionado por uma série de investigações e diante das articulações feitas pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em uma manobra de última hora, os tucanos filiaram e lançaram o apresentador José Luiz Datena para concorrer contra Nunes. Ao mesmo tempo, o influencer conservador Pablo Marçal (PRTB) se lançou na disputa mirando os eleitores bolsonaristas. As duas candidaturas atrapalharam os planos do prefeito e acabaram tirando votos do emedebista, segundo as pesquisas.

Ele viu também uma de suas mais queridas conselheiras políticas, Marta Suplicy, abandoná-lo para retornar a seu partido de origem, o PT, e concorrer ao lado de Boulos, sob o argumento de que não poderia estar no mesmo grupo que Bolsonaro.

Na reta final da pré-campanha, Nunes se viu às voltas com assuntos que o assombram desde antes de assumir a Prefeitura, como indícios de ligação com um esquema para desviar recursos da educação infantil, a chamada máfia das creches, e um registro de violência doméstica feito por sua mulher há 13 anos.

Origens na zona sul

Ricardo Luís Reis Nunes nasceu em 13 de novembro de 1967, na capital. Chegou a estudar Direito na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), mas, endividado, abandonou o curso para que pudesse trabalhar, segundo conta.

Criado na região de Interlagos, bairro de classe média da zona sul, ele é filho de uma dona de casa e de um comerciante português. Costuma dizer que se filiou ao MDB aos 18 anos, no mesmo dia em que tirou seu título de eleitor. Aos 21, disputou pela primeira vez as eleições para vereador da cidade, sem sucesso.

Segundo Nunes, o prefeito teve uma primeira infância de classe média na zona sul, com privilégios que incluíam colégio particular. Mas seu pai tentou empreender no litoral do Estado, nos anos 1980, e terminou falindo. A família voltou, então, para recomeçar a vida na zona sul, desta vez com Nunes em escola pública.

Ascensão política

Nunes sempre teve interesse por política e a primeira empresa aberta em seu nome foi no ramo da comunicação – um jornal de bairro. Seu círculo de amizades o levou à Associação Empresarial da Zona Sul (Aesul) e à Sociedade Equilíbrio de Interlagos (Sobei), quando ele já havia aberto sua empresa de dedetização e controle de pragas, a Nikkey.

A companhia, aberta em 1997, virou uma das maiores empresas do país quando entrou no ramo de tratamento fitossanitário para portos e aeroportos, segundo o prefeito. A companhia tem cerca de 400 funcionários.

Pelo MDB, Nunes e seus amigos do círculo empresarial da zona sul atuavam para ter um representante na Câmara, sendo próximos de parlamentares com anos de mandato, como Nelo Rodolfo (MDB), Antônio Goulart (PSD) e Milton Leite (União).

Sua mãe, Maria do Céu (MDB), também decidiu tentar a vida pública e em 2008 disputou eleições para vereadores na cidade vizinha de Embu Guaçu. Eleita, chegou a presidir a Câmara local.

Em 2012, o prefeito conseguiu se eleger pela primeira vez vereador na Câmara Municipal da capital, com cerca de 30 mil votos. Quatro anos depois, em 2016, foi reeleito com mais de 55 mil votos.

Da Câmara à Prefeitura

Na eleição municipal de 2020, em uma articulação que envolveu PSDB, MDB e União, Nunes foi escolhido por caciques das legendas para ser o companheiro de chapa de Bruno Covas, que era vice de João Doria e assumiu a prefeitura quando o então tucano se elegeu governador, em 2018.

A dupla foi eleita com mais de 3,1 milhões de votos no segundo turno, derrotando a chapa de Guilherme Boulos (Psol). Covas já havia descoberto um câncer avançado no sistema digestivo durante a campanha. Menos de cinco meses após ser empossado, Covas morreu, e Nunes assumiu a cadeira de prefeito.

Fonte: Oficial