São Paulo — A candidata Tabata Amaral (PSB), 30 anos, é uma das duas mulheres que disputam a Prefeitura da capital nas eleições deste ano. Deputada federal em segundo mandato, Tabata chega ao pleito apoiada por grandes nomes de seu partido, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Empreendedorismo Márcio França, mas sem conseguir costurar alianças com outras siglas.
No início do ano, em uma das tentativas de formar uma coligação para a disputa, Tabata articulou a ida do apresentador José Luiz Datena, até então filiado ao seu partido, para o PSDB. A ideia era que, em siglas separadas, eles formassem uma chapa que teria, entre outras vantagens, mais tempo de TV na propaganda eleitoral. O projeto caiu por terra quando o ex-aliado, e agora tucano, anunciou sua própria candidatura ao pleito.
Em entrevista ao G1, Tabata disse que aprendeu em Brasília que “traições são comuns”.
“Jamais vou me arrepender de ter sido correta nesta história, por mais que os demais não tenham sido [corretos] comigo. […] Do outro lado, aprendi em Brasília que traições são comuns, que as pessoas dão a palavra e a palavra é jogada ao vento”, disse.
Tabata tem como estratégia de campanha apresentar sua história pessoal para tentar furar a polarização na disputa entre a esquerda, representada por Guilherme Boulos (PSol), e a direita, que se divide entre o apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao influencer Pablo Marçal (PRTB).
Criada na Vila Missionária, bairro periférico na zona sul da capital paulista, a candidata diz que teve sua vida mudada após ser medalhista da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. O episódio rendeu a ela uma bolsa de estudos em um colégio particular. A partir daí, a então adolescente passou a colecionar medalhas em várias competições acadêmicas.
Aos 17 anos, foi contemplada com uma bolsa integral de estudos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde se formou em Ciência Política e Astrofísica.
Ao retornar para o Brasil, Tabata fez da educação sua principal bandeira, fundando o Mapa Educação, movimento que busca engajar jovens a atuarem com projetos educacionais. Após passar pela escola do RenovaBR, voltado para formar novas lideranças, a ativista se lançou candidata a deputada federal em 2018 e foi eleita com 264 mil votos, sendo a sexta deputada mais votada por São Paulo.
Tabata se elegeu pelo PDT, mas passou dois anos na Justiça lutando para migrar para o PSB após uma briga interna desencadeada pelo seu apoio à Reforma da Previdência — o episódio envolveu troca de farpas com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Pelo PSB, ela se reelegeu em 2022 com 337 mil votos.
A candidatura à Prefeitura de São Paulo neste ano é sua primeira tentativa concorrendo a um cargo no Executivo. Enquanto candidata, Tabata tem mencionando suas realizações como deputada, suas origens na periferia e a relação com sua família como elementos para conquistar a confiança do eleitorado.
Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata declarou ter um patrimônio de R$ 807 mil – sendo R$ 799 mil relativos a investimentos e R$ 8,5 mil em conta corrente.
Fonte: Oficial