Os empresários Eike Batista e Mário Garnero, figuras notórias e controversas no cenário de negócios das últimas décadas, estão se unindo para uma empreitada conjunta. A apuração é do jornal O Estado de S.Paulo.
Fundadores do grupo EBX e da Brasilinvest, respectivamente, os dois firmaram um acordo para projetos em logística, infraestrutura e agronegócio.
A aliança chama atenção, pois ambos tiveram destaque no mundo empresarial brasileiro entre as décadas de 1970 e início de 2010. Ambos alcançaram sucesso internacional, mas também problemas judiciais.
Eike Batista, por exemplo, foi preso em 2017, acusado de envolvimento em crimes investigados na Operação Lava Jato, enquanto Garnero teve uma condenação por fraude financeira anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O memorando foi assinado no dia 27 de agosto, durante um almoço do grupo Protagonistas do Brasil, em São Paulo, organizado pelo clube Master Mind & Fórum das Américas, do qual Álvaro Garnero, filho de Mário, é sócio.
A parceria prevê a entrada de investidores nacionais e estrangeiros, cujos nomes ainda não foram totalmente divulgados.
Batista e Garnero explicaram ao Estadão que dois dos novos projetos estão relacionados ao Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro. Um deles envolve a construção de um terminal com tanques para petróleo e grãos, e o outro, o desenvolvimento de uma “cidade inteligente”. Idealizado por Batista, o porto foi vendido em 2013 e é atualmente administrado pela Prumo Logística.
O terceiro projeto da parceria é o desenvolvimento de uma variedade de cana-de-açúcar chamada “supercana”, que promete triplicar a produção de etanol por hectare e aumentar significativamente a produção de bagaço, utilizado em plásticos vegetais ou papel e celulose.
“A queima da biomassa da cana rende US$ 20 [R$ 111] por tonelada”, afirma Batista. “Se for utilizada para produzir plástico dá US$ 1 mil [R$ 5,57 mil]. Sem contar que a ‘supercana’ não precisa ser trocada a cada cinco anos, mas a cada dez.”
Parceria de Eike Batista e Mário Garneiro começou com interesse arábe
Segundo Garnero, a parceria começou quando a Brasilinvest foi procurada por investidores de Dubai interessados em expandir negócios no Brasil.
“Uma das áreas de interesse deles é o setor de petróleo, além de investimentos no mercado de lubrificantes”, disse. “Firmamos um acordo com uma das companhias, da qual somos representantes no Brasil.”
Ele acrescentou à reportagem que a identidade da companhia será divulgada em outubro, quando os investidores virão ao Brasil para assinar o contrato referente aos tanques no Porto do Açu.
O investimento inicial está estimado em R$ 700 milhões para começar o projeto dos tanques no Porto do Açu. A Brasilinvest tem um histórico de parcerias com famílias reais e empresários árabes, incluindo acordos com a Enertech, do Kuwait, e a Enoc, de Abu Dhabi.
Fonte: Oficial