Depois de enfrentar uma missão conturbada, a cápsula CST-100 Starliner da Boeing retornou à Terra sem tripulação na madrugada deste sábado, 7, pousando no deserto de White Sands, Novo México. A operação aconteceu conforme o previsto, às 1h01, horário de Brasília.
A cápsula, primeira americana projetada para pousar em terra firme, iniciou seu retorno às 17h04 da sexta-feira, 6, com a desacoplagem da Estação Espacial Internacional (ISS). Problemas nos propulsores impediram o retorno dos astronautas Barry Eugene Wilmore e Sunita Williams, levando a Nasa a modificar os protocolos.
O afastamento rápido da ISS minimizou o impacto nos propulsores e a cápsula retornou vazia depois de testes coletarem dados dos propulsores auxiliares. A freada para reentrada na atmosfera foi realizada com os quatro propulsores principais, iniciando às 0h17.
Durante a reentrada, os problemáticos propulsores auxiliares orientaram o veículo e separaram a cápsula, que retornou sozinha, enquanto o módulo de serviço queimou, como previsto. O escudo térmico resistiu às altas temperaturas e os paraquedas garantiram um pouso seguro.
O futuro da Starliner
O retorno da cápsula vazia marcou o fim de uma série de adiamentos e desafios técnicos enfrentados pela missão, incluindo problemas com o foguete Atlas 5 e o sistema de propulsão da nave. A próxima missão tripulada da Boeing não deve ocorrer antes de 2025 ou 2026.
Uma missão bem-sucedida pode levar à certificação da cápsula para futuros voos tripulados, mas modificações são necessárias para resolver problemas como vazamentos de hélio e falhas nos propulsores. “Uma das coisas que estamos olhando é um material diferente no selo e talvez um selo diferente, ligeiramente maior”, afirmou Steve Stich.
A Boeing já enfrenta prejuízos de US$ 1,6 bilhão com o projeto. O futuro da Starliner é incerto, com a ISS programada para encerrar operações em 2030. A Nasa deseja manter a concorrência e a redundância no programa comercial, mas várias missões já foram contratadas com a SpaceX.
Fonte: Oficial