São Paulo — O candidato à Prefeitura da capital pelo PRTB, Pablo Marçal, disse nesta quarta-feira (11/9) que pretende montar uma equipe para banir livros na rede municipal de ensino. Durante visita à 27ª Bienal do Livro, na zona norte da capital, o influenciador afirmou que há livros “ensinando pornografia” na rede pública de ensino.
Questionado sobre O Avesso da Pele, livro que discutia questões raciais e foi banido pelos governos de Mato Grosso do Sul, de Goiás e do Paraná por linguagem imprópria, o influenciador afirmou não conhecer o caso específico, mas defendeu que as crianças sejam ensinadas para “não se curvar a comunistas”.
“Não acompanhei esses casos. Mas tudo o que for deturpar a liberdade a gente também vai banir. Tem que ensinar as crianças a prosperar, não a ficar idiotizadas, a curvar para comunistas. Essa cultura comunista não é brasileira. A gente nunca vai admitir ela aqui no Brasil”, disse Marçal a jornalistas.
“O ensino do Brasil sempre foi pautado pelo comunismo. Vamos dar uma mudadinha nisso aí. Nós vamos levantar o brasileiro que é herói. O herói é o que acorda cedo, trabalha. A gente está maluco envolvido em uma série de ideologias que não nos levam a lugar nenhum. A gente vai definir uma educação pela lógica, pela natureza”, acrescentou.
Perguntado sobre se a medida não configuraria censura, Marçal respondeu: “Você acha que é censura mostrar pornografia para criança?”.
O candidato, no entanto, não soube citar exemplos de livros usados na rede municipal de ensino em que supostamente haveria pornografia.
“A gente vai ter uma equipe de muita gente para definir os livros que serão colocados, os livros que serão tirados. Livros que não fazem sentido nenhum na formação cognitiva de ninguém”, afirmou.
Durante sua visita à Bienal do Livro, Pablo Marçal foi ovacionado por crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas que faziam excursão pela feira. O candidato do PRTB circulou pelo Sambódromo do Anhembi, onde ocorria o evento, acompanhado de seguranças enquanto fazia propaganda dos próprios livros e dava autógrafos.
Cercado de crianças e adolescente, Pablo repetiu o gesto que tem feito para acusar o adversário Guilherme Boulos (Psol) de ser usuário de cocaína.
Fonte: Oficial