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“A vida vale um retrovisor?”, diz pai de vítima esmagada por Porsche

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São Paulo — O pai de Pedro Kaique Ventura Figueiredo, morto em uma colisão com um Porsche na Avenida Interlagos, zona Sul de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (29/7), disse que o filho foi atropelado de forma intencional. Segundo ele, o motorista do Porsche, que não teve a identidade divulgada, acertou a traseira da moto de Pedro Kaique com a intenção de matá-lo.

“Ele veio na intenção de matar meu filho. Ele atingiu meu filho por trás, pelas costas”, disse Alex Russo Figueiredo, em frente ao 11º Distrito Policial de São Paulo, onde o caso foi registrado.

O atropelamento teria ocorrido após uma briga no trânsito. Durante a discussão, Pedro Kaique teria quebrado o retrovisor do Porsche. Nesse momento, teve início a uma perseguição, que durou cerca de dois quilômetros.

“Eu só queria saber por que ele fez isso. Por mais que ele tenha quebrado o retrovisor ou algo do tipo, não justifica ele ter tirado a vida do menino. A vida vale um retrovisor? Agora ele vai poder voltar atrás e trazer meu filho para dentro de casa, para dentro da família?”, questionou Alex Russo Figueiredo.

Assista à declaração do pai:

 

O motorista do Porsche fez o teste do bafômetro, que, segundo o advogado da vítima, não indicou a presença de álcool no sangue. Ele foi até o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por um exame toxicológico, e retornou ao DP para ser ouvido.

“Houve a discussão, mas por mais que seja por um retrovisor ou algo do tipo, não quer dizer que ele tem o direito de ir lá e atentar contra a vida de outra pessoa. Ele podia ter pegado a placa, feito boletim de ocorrência. Mas ele pegar e simplesmente tirar a vida do garoto?”, questionou o pai de Pedro Caique.

“Não tem como ser um crime culposo. Por mais que tenha ocorrido uma discussão, ele teve intenção de matar. Se isso não é o motivo, qual é o motivo então? Fala para mim”, complementou.

Assista ao momento do acidente: 

 

“Nenhum pai espera”

Alex Russo afirma que a ficha ainda não caiu. Segundo ele, o filho era um rapaz trabalhador, que nunca prejudicou ninguém.

“Nenhum pai espera enterrar um filho. Meu filho para mim é tudo. Um menino que sempre trabalhou, sempre me ajudou. Sempre correu atrás das coisinhas dele, dos objetivos dele, sem prejudicar ninguém.”

“Ele era auxiliar de transporte escolar. E no momento de folga dele, ele fazia delivery. Os dois trabalhos dele eram registrados”, disse Alex.

Pedro Kaique deixa um filho de 3 anos.

“Ninguém me falou nada. Só me mandaram ir para o hospital para ver ele. Minha nora tentou ligar para ele, e infelizmente deram a notícia de que ele tinha sofrido um acidente. Eu não achava que fosse grave. Quando cheguei lá, ele já estava na ambulância, com o pessoal fazendo reanimação. De lá, foi para o hospital do Grajaú.”

Fonte: Oficial