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Além do Rio Pinheiros, Sabesp já levou 57 multas ambientais desde 2024

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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi multada em mais de R$ 23 milhões, nesta semana, após um vazamento de esgoto atingir o Rio Pinheiros, na capital paulista. O incidente, que causou uma mancha na água e mau cheiro na região, ocorreu devido a uma falha em estação elevatória na última sexta-feira (1º/8). No entanto, não se trata de um caso isolado: as infrações da empresa são recorrentes.

Segundo dados obtidos exclusivamente pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI), a Sabesp foi multada 57 vezes pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) entre janeiro de 2024 e julho de 2025. A partir dessa informação, a reportagem contabilizou o montante de mais de R$ 11.4 milhões em punições no período analisado.

Entre as penalidades aplicadas, estão infrações no estado que envolvem descumprimento de normas ambientais relacionadas ao lançamento de poluentes, controle de resíduos e proteção dos recursos hídricos, com base em legislações estaduais e federais.

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Infrações da Sabesp

  • As infrações da Sabesp se referem, principalmente, a lançamento de esgoto ou efluentes sem o devido tratamento; operação sem licenciamento ou em desacordo com normas ambientais; falta de controle e prevenção da poluição; e descumprimento de obrigações legais estabelecidas pelas autoridades ambientais.
  • As condutas violam legislações que protegem a qualidade da água, o meio ambiente e a saúde pública.
  • Do total de multas aplicadas, conforme apurou o Metrópoles, apenas 1.9% já foi quitado.
  • Além disso, 10,2% das multas estão pendentes de quitação.
  • A grande maioria (87,2%) está com recurso em análise, ou seja, a Sabesp contestou a decisão.

Procurada pela reportagem, a Cetesb enfatizou que acompanha tecnicamente as operações da Sabesp em todo o estado. “Quando são constatadas irregularidades, a companhia adota as medidas cabíveis, incluindo autuações, conforme previsto na legislação ambiental”, reforçou.

Já a Sabesp argumenta, em nota, que adotou desde o início da gestão uma abordagem focada em “evidências e prioridades ambientais”. “Após a desestatização, a capacidade de investimentos já foi duplicada, permitindo acelerar soluções estruturantes e reverter a lógica anterior de investimentos”, justificou a empresa, privatizada desde setembro do ano passado.

“A atual gestão da Sabesp identificou a fragilidade do sistema logo no inicio da administração, ao observar o aumento expressivo nas multas ambientais aplicadas em 2024. Como resposta imediata, a companhia contratou, ainda em janeiro, a fabricação de novas bombas no exterior. A entrega está prevista para o primeiro semestre de 2026”, destacou.

Vazamento no Rio Pinheiros

Nesta segunda-feira (4/8), a Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp) concluiu o processo de fiscalização e aplicou punição de R$ 22,7 milhões à Sabesp. Outra penalidade, de R$ 1,1 milhão, foi estabelecida pela Cetesb pelo mesmo motivo. A companhia de saneamento básico ainda pode recorrer.

No entanto, a Sabesp alega falta de verba para manutenção. “A unidade opera com bombas cuja vida útil venceu há cinco anos e, portanto, trabalha de forma instável devido à falta de investimentos”, assegurou.

“A empresa não realizou as devidas substituições antes por falta de recursos, pois, na última década, priorizou investimentos em água, com dois terços do volume de recursos aplicados nesta frente. Com a desestatização, a Sabesp inverteu essa proporção, e com uma capacidade de investimento 2,5 vezes maior, o que permitirá resolver esses e outros problemas historicamente conhecidos pela empresa, poder concedente e sociedade”, completou.

Um plano emergencial foi definido pela Sabesp pra conter o dano, com quatro bombas auxiliares preparadas para instalação nos próximos 20 dias. Além disso, para sanar o problema de forma definitiva, a atual gestão da empresa destinou R$ 20 milhões para a renovação completa da estação. “Enquanto os equipamentos estão sendo fabricados no exterior, sob medida, técnicos realizam a manutenção corretiva das bombas atuais”, informou a companhia.

A estação elevatória de Pinheiros é a maior unidade de bombeamento da Sabesp, responsável por encaminhar o esgoto de 3,8 milhões de moradias do entorno do Rio Pinheiros para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Os motores da unidade empurram o volume até Barueri.

Fonte: www.metropoles.com