São Paulo – O agente da Polícia Federal (PF) Danilo Campetti, aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), tomou posse como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alesp) após o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), promover uma troca no secretariado que possibilitou a ele assumir uma cadeira na Casa.
Afastado de suas funções na PF desde agosto de 2023 sob suspeita de ter trabalhado de forma irregular na campanha eleitoral de Tarcísio em 2022, Campetti (ao lado de Tarcísio na foto em destaque) era suplente do Republicanos na Alesp e assumiu como deputado, nesta quinta-feira (27/6), na vaga de Rui Alves, que foi nomeado novo secretário de Turismo da gestão Nunes.
Em seu discurso de posse, Campetti agradeceu tanto ao governador quanto ao prefeito pelas movimentações que garantiram a ele a vaga na Alesp.
“O ato que se realiza agora só foi possível em virtude de um trabalho árduo que contou com a participação de vários atores políticos do nosso partido, demonstrando verdadeiro espírito de equipe, maturidade e seriedade diante dos desafios que se apresentam na política. Ou seja, trabalho de time”, disse Campetti.
Campetti disse que Tarcísio deu a ele a “oportunidade de entrar na vida pública” e agradeceu a Nunes por demonstrar “sensibilidade e confiança no projeto”. Também desejou ao prefeito “sucesso” nestas eleições e se colocou à disposição para auxiliá-lo.
A posse de Campetti ocorreu após uma sequência de tentativas de Tarcísio para emplacá-lo em um cargo público. Primeiro, ele o nomeou seu assessor especial, mas a mando do governo Lula teve de retornar, enquanto agente da PF, à sua lotação de origem, no interior paulista.
Depois, quando Campetti foi afastado de suas funções na PF, o governador passou a estudar formas de fazer com que ele assumisse como deputado estadual na Alesp.
Campanha de Tarcísio
Conhecido por ter sido um dos agentes da PF que atuou na condução coercitiva de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2015, e na prisão do petista, em 2018, Campetti se aproximou de Tarcísio após ter integrado a equipe de segurança de Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2018.
O policial estava junto de Tarcísio durante uma agenda de campanha interrompida por um tiroteio na favela de Paraisópolis, em outubro de 2022, que deixou uma pessoa morta.
Na ocasião, o policial sacou sua arma e seu distintivo. Isso levou a corporação a investigar se ele tinha objetivos políticos, algo que poderia ser caracterizado como prestação de serviço não declarada à campanha – fato negado por Tarcísio e por Campetti.
O agente alega que estava de folga no dia e que somente utilizou os equipamentos da PF por entender que se encontrava em situação de ameaça.
No discurso de posse desta quinta, Campetti classificou o período de afastamento como um momento “vulnerável”.
“Imaginem os senhores: um policial com mais de 20 anos de atuação na rua e retira-se sua arma. E não é só a sua arma, retira-se o porte de arma. Ou seja, nem as minhas armas particulares eu poderia usar”, disse ele.
Fonte: Oficial