As bolsas de valores ao redor do mundo registraram quedas depois do apagão cibernético que afetou diversas empresas. Na Alemanha, o índice DAX caiu 0,7%, enquanto na França, o CAC 40 recuou 0,6%. A capital francesa, que sediará as Olimpíadas em sete dias, também enfrentou apagões nos sistemas dos Jogos, conforme relatou o jornal O Globo.
Em Londres, o FTSE 100 teve uma queda de 0,5%. Nos EUA, até às 10h, os futuros dos índices S&P 500 e Dow Jones caíam 0,1% e 0,2%, respectivamente. Na Ásia, os índices de referência em Hong Kong e Taiwan recuaram mais de 2%, enquanto investidores aguardam os planos da China para estimular sua economia. O Nikkei 225, em Tóquio, caiu 0,2%, e os índices da Coreia do Sul recuaram 1%. Em Taiwan, a queda foi de 2,3%.
“As bolsas transacionam papéis, basicamente ações, mas essas ações representam de alguma maneira as empresas reais, aquelas que produzem, comercializam e prestam serviços”, afirma a Oeste Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), sobre os motivos que levam às quedas das ações.
“Houve uma certa incerteza sobre como foram afetadas essas empresas, se elas pararam de produzir, se houve prejuízos, se vai haver consequência, se isso está resolvido. As bolsas, automaticamente, são conservadoras. Ou pelo menos alguns dos investidores são conservadores. Eles preferem se desfazer de papéis e portanto baixar o preço médio das ações do que ficar com eles na dúvida.”
No Brasil, a bolsa brasileira, B3, informou que nenhum de seus serviços foi afetado. As operações seguirão normalmente. No pré-mercado, as ações da Microsoft e Crowdstrike, envolvidas no apagão, caíam 1,5% e 12,48%, respectivamente. Companhias aéreas americanas suspenderam voos temporariamente. Elas também registraram quedas das ações; os papéis da Delta baixaram 0,16%.
Segundo Gomes, é importante, nestes momentos, as consultorias em geral trabalharem com dados precisos, para não sofrerem prejuízos ao mergulhar em uma onda de irracionalidade.
“Um bom analista precisa primeiro precisa saber o que está acontecendo, se ele não sabe ele pode estar perdendo dinheiro vendendo ações, mas também pode estar perdendo ficando com as ações”, avalia o presidente do Corecon-SP.
“Nestes momentos, é importante saber quais quais são os ramos de atividades dos investimentos e como o apagão afeta estes setores. As bolsas caem quando há incertezas na economia de um modo geral.”
Pane em sistemas
Um apagão cibernético global bloqueou nesta sexta-feira, 19, operações nos setores de aviação, bancos, telecomunicações e mídia em todo o mundo, informou a Reuters.
O incidente foi causado por uma atualização de software defeituosa da CrowdStrike, que, entre outros clientes tem a Microsoft. A pane impactou sistemas de computadores em cinco continentes. A Microsoft informou que o problema já foi resolvido.
Nos Estados Unidos, foram suspensos voos de importantes companhias aéreas como American Airlines, Delta Airlines e United Airlines.
Em outras regiões do mundo, transportadoras enfrentaram atrasos e interrupções. Bancos e empresas financeiras em diversos países alertaram sobre falhas em serviços. Traders globais relataram problemas em transações.
Fonte: Oficial