Quase dois meses depois do início dos ataques a ônibus começarem na cidade de São Paulo, a capital paulista tem registrado, diariamente, novos casos de depredação. Nesta quinta-feira (7/8), quatro coletivos foram depredados e o número total de casos chega aos 612.
Os números foram divulgados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans. A empresa também reiterou o repúdio aos atos de vandalismo e afirmou que segue fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar na investigação pessoal.
Prisões e investigação policial
Até a última atualização da investigação policial, 23 suspeitos foram detidos em razão da onda de vandalismo. “As forças de segurança do estado seguem empenhadas na identificação e detenção dos autores de ataques a ônibus”, disse a SSP.
Entre as prisões destacadas pela Polícia Civil, estão: o servidor público Edson Aparecido Campolongo, identificado como autor de 18 ataques a ônibus em São Paulo; e seu irmão, Sergio Aparecido Campolongo, que participou de ao menos dois ataques.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio de unidades regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber). Paralelamente, a Polícia Militar (PM) intensificou o patrulhamento em todo o estado, por meio da “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”.
Motivação dos ataques
- A equipe de investigação considera mais de uma hipótese como motivação dos atos de vandalismo, como disputa entre as empresas de ônibus e desafio de internet, mas evita apontar uma linha de investigação principal, conforme apurou a reportagem com pessoas ligadas ao Deic.
- O diretor do Deic de São Paulo, Ronaldo Sayeg, afirmou, em coletiva de imprensa em 3 de julho, que a única linha de investigação afastada, por ora, é a de uma ação articulada pelo crime organizado.
- A possibilidade de desafios on-line já havia sido ventilada pelo próprio vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), que comentou as ocorrências no litoral paulista.
- O delegado do Deic, Fernando Santiago, afirma que, com base na suspeita de desafios na internet, está sendo feito um trabalho de monitoramento das plataformas digitais, mas até agora não há nada concreto em relação a essa linha de investigação.
- Na capital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a Polícia Civil e reconheceu a demora em elucidar as causas e descobrir os autores das depredações.
- A partir de 25 de julho, 200 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passaram a circular dentro dos ônibus para reforçar a segurança contra a onda de vandalismo.
- De acordo com a Prefeitura de São Paulo, os agentes atuam dentro dos veículos em locais com registros de ataques a coletivos. Além disso, os guardas darão apoio na saída das garagens e ao longo do percurso das linhas, que, “por razões estratégicas, não serão divulgadas”, informou a gestão.
A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais.
“Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada pela viagem não realizada”.
Fonte: www.metropoles.com