Ato na Paulista: ambulantes trocam camisa do Brasil por boné de Marçal

São Paulo — Réplicas do boné usado pelo candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, tomaram a Avenida Paulista, na região central de São Paulo, onde acontece na tarde deste sábado (7/9) uma manifestação bolsonarista contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve discursar no ato por volta das 14h, dizem que não pretendem votar no candidato apoiado por ele, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Usando um boné com a letra M, símbolo da campanha de Marçal, João Pires, de 60 anos, diz que o apoio de Bolsonaro a Nunes se deve a um arranjo partidário e que, “no coração” do ex-presidente, o candidato do PRTB seria a melhor opção.

“Acho que se trata de uma estratégia política. Creio que Bolsonaro tá nessa porque não tem uma outra opção. Ele tem que obedecer ao partido. […] Nunes é um ‘Zé Ninguém’. Acho que ele vai receber uma bela de uma vaia”, afirmou ao Metrópoles.

O vendedor ambulante Alexandro Leonardo, de 46 anos, que já trabalhou em diversas manifestações bolsonaristas, afirma que desta vez apostou nas vendas do boné. Segundo ele, a estratégia está dando certo.

“Já vendi muito boné do Bolsonaro, bandeira, mas agora graças a Deus parti para esse boné aqui. Está fazendo sucesso, em todo lugar tem esse boné”, disse. “Marçal está valendo a pena. A maioria dos vendedores apostou nisso. É a onda do M”, concluiu.

Marina Tripodi, de 65 anos, enxerga a disputa pelo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro como algo saudável e diz que Marçal, apesar de não ter o apoio formal, é uma boa opção.

“É uma disputa boa, um debate bom. Marçal parece que tem boas intenções. A gente nunca sabe né”, falou à reportagem.

Pablo Marçal está neste momento em El Salvador para uma série de agendas internacionais. Ele tenta se encontrar lideranças da direita mundial, como o presidente salvadorenho, Nayub Bukele. A reunião não foi confirmada.

Durante a semana, Marçal fez suspense sobre sua presença na manifestação, sem cravar que não estaria presente. Após atrito com Bolsonaro nas redes sociais, o ex-presidente disse que ele poderia subir no carro de som ao lado de Ricardo Nunes.