O investigador foi velado, nesta quinta-feira (17/7), na Academia da Polícia Civil (Acadepol), na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista, em uma homenagem repleta de colegas de distintivo, entre os quais, membros da cúpula da instituição. Já o comando da Polícia Militar não esteve presente na cerimônia — nem mesmo uma coroa de flores foi enviada pela corporação –, o que reforça o distanciamento entre as corporações, ainda mais latente na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O Metrópoles esteve presente no cortejo que levou o corpo de Moura até o Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
No adeus ao investigador, agentes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), grupo especializado do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), dispararam uma salva de tiros em homenagem ao colega morto. Também estiveram presentes agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). A Guarda Civil Metropolitana (GCM), que escoltou o cortejo, também prestou homenagem.
Os únicos PMs presentes na cerimônia eram amigos pessoais de Moura, e não estavam fardados.
Motivos para a PM estar ausente
Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, a ausência de nomes do alto comando da Polícia Militar no velório não demonstraria indiferença em relação ao policial civil, mas cautela. Os PMs de alta patente teriam evitado comparecer ao sepultamento por “constrangimento”, e também em respeito à dor dos familiares — que ficariam ainda mais abalados com a presença deles.
Por isso, a atitude dos militares foi classificada por alguns policiais civis como “bom-senso”. “Iam se sentir mal e causar mal-estar à família”, disse à reportagem um dos investigadores que esteve no funeral, sem se identificar.
Outras fontes ouvidas afirmaram que poderia haver “um choque”, caso a PM estivesse presente – o que se dá pela animosidade “natural do caso” que envolve as duas corporações, descartando que seja um conflito cotidiano.
PM da Rota baleou policial civil
- Na última sexta-feira (11/7), o sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes baleou o policial civil Rafael Moura, em uma incursão no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.
- Moura estava com distintivo e chegou ao local em uma viatura caracterizada. Ainda assim, o sargento alegou que, ao ver o investigador, acreditou se tratar de um traficante e, por isso, atirou.
- O policial civil foi atingido por três tiros, e foi internado em estado gravíssimo no Hospital das Clínicas, onde morreu nessa quarta-feira (16/7).
- Ele foi velado na Academia da Polícia Civil (Acadepol), na zona oeste da capital paulista, e enterrado no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, nesta quinta (17/7).
- Mendes e o companheiro de incursão, o Robson Santos Barreto, foram afastados cautelarmente da PM pelo prazo inicial de 90 dias, por determinação da Justiça.
- Os dois, que já haviam se envolvido em outra ocorrência letal a 500 metros de onde Moura foi baleado, apenas um mês antes, são investigados por homicídio qualificado.
Fonte: www.metropoles.com