A Azul Linhas Aéreas anunciou, na noite da segunda-feira 7, um acordo financeiro com arrendadores e fabricantes de aeronaves, envolvendo a troca de aproximadamente R$ 3 bilhões em dívidas pela emissão de novas ações. Este valor representa 92% das obrigações de emissão de ação existentes, segundo a empresa.
Em comunicado ao mercado, a companhia aérea informou que as dívidas serão convertidas em até 100 milhões de novas ações preferenciais. Em resposta ao anúncio, as ações da Azul subiram 16% na Bolsa, sendo cotadas a R$ 6,67, enquanto na véspera estavam a R$ 5,75. A emissão das ações, caso tivesse ocorrido na segunda-feira, valeria R$ 575 milhões.
O novo acordo, se finalizado, substituirá um pacto anterior da Azul, que planejava o pagamento dos R$ 3 bilhões de forma trimestral com ações a R$ 36 cada, começando no terceiro trimestre deste ano até 2027. Na época do acordo prévio, as ações da Azul estavam em torno de R$ 15.
Segundo a Azul, esses acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para “fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”. A companhia ainda está em discussões com os detentores dos 8% restantes das obrigações.
Azul quer levantar capital depois de acordo com credores, diz presidente
Em entrevista à agência de notícias Reuters, realizada nesta terça-feira, 8, o presidente-executivo da empresa, John Rodgerson, afirmou que o acordo tem o objetivo de aliviar as preocupações do mercado em relação à carga de dívidas.
“Nós tínhamos que resolver este problema primeiro, que já está resolvido, e agora nós podemos levantar capital”, disse Rodgerson, em entrevista. “Agora nós podemos olhar para frente e não olhar mais para trás.”
Agora, a Azul quer levantar cerca de US$ 400 milhões, podendo usar a Azul Cargo para emitir dívida conversível no mercado. A empresa, que é uma das líderes da aviação no Brasil junto com a Latam e a Gol, também aguarda a liberação de recursos de uma linha de crédito aprovada pelo governo para apoiar as companhias aéreas.
“Como nós falamos, nós íamos usar a nossa empresa Azul Cargo para levantar uma dívida, talvez uma dívida conversível no mercado, para nos fortalecer agora, sabendo que o dinheiro não vai para o ‘lessor’”, disse Rodgerson.
O executivo disse que a Azul está em conversas “amigáveis” com os credores, mas que há várias pessoas dispostas a emprestar dinheiro, o que amplia as opções da empresa enquanto avalia diferentes tipos de dívidas para uma possível operação.
Fonte: Oficial