A base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na Câmara Municipal afirma ter reunido 31 assinaturas de vereadores a favor da recondução de Ricardo Teixeira (União) na Presidência da Casa.
A eleição da Mesa Diretora que vai comandar a Câmara em 2026 está marcada para 15 de dezembro. Para ser eleito em primeiro turno, são necessários 28 votos. A disputa é marcada por um racha entre aliados de Nunes e o União Brasil, cuja principal liderança em São Paulo é o ex-vereador e ex-presidente do Legislativo municipal, Milton Leite.
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Ricardo Nunes deve ir ato de Bolsonaro na Paulista
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o vereador Milton Leite (União Brasil)
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Milton Leite (União) e Ricardo Nunes (MDB)
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes
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Ricardo Nunes (MDB) discursa durante evento na Lapa
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Ricardo Nunes
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Ricardo Nunes
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O prefeito Ricardo Nunes
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O prefeito Ricardo Nunes anuncia pacote de obras em SP
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
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Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
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O movimento para a reeleição de Teixeira contraria a vontade de Leite, que quer ver o afilhado político e seu ex-assessor Silvão Leite (União) no comando da Câmara. O cacique argumenta que tem um acordo com Ricardo Nunes, firmado em troca do apoio do União à reeleição do emedebista em 2024, que prevê que a Presidência da Câmara fique com o partido durante os quatro anos do mandato.
A bancada do União, por sua vez, alega que há um acordo interno para que haja um rodízio entre seus vereadores no comando da Casa. Com isso, Silvão seria o indicado. Já Ricardo Teixeira, embora seja do União, é tido entre os pares como uma figura mais ligada ao governo do que ao partido.
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De acordo com o vice-presidente da Câmara, João Jorge (MDB), as 31 adesões à recondução de Teixeira estão distribuídas em 10 partidos. De acordo com o vereador, a base governista também teria o compromisso de voto de ao menos mais dez parlamentares, sendo oito da bancada do PT.
“Os vereadores entendem que Ricardo Teixeira é nome natural para presidir a Câmara em 2026, pelo mandato democrático e inclusivo que está fazendo neste ano e por entenderem a tradição da Casa de sempre garantir uma reeleição a todos que já passaram pela presidência”, afirmou João Jorge ao Metrópoles.
De acordo com o vereador, o objetivo é garantir a assinatura dos outros dez vereadores após o feriado, quando serão retomadas as sessões legislativas. Até o momento, segundo o vice-presidente da Câmara, os partido que apoiam a continuidade de Teixeira são MDB, PL, PODEMOS, PSD, PP, REPUBLICANOS, UNIÃO, PSB, NOVO e PV.
Esvaziamento de Milton Leite
Lideranças de outros partidos da base do prefeito contestam o acordo reivindicado por Milton Leite e afirmam que nada foi combinado com os vereadores. Neste sentido, MDB e PL – duas das maiores bancadas – articulam para reeleger Teixeira e, em 2027, tirar o bastão do União.
Milton Leite, por outro lado, diz que o União Brasil não está disposto a abrir mão dos quatro anos de presidência, tampouco do rodízio combinado entre seus vereadores.
“Não acreditamos em disputa dentro do União. O Ricardo Teixeira deve apoiar o Silvão, acreditamos que ele vai cumprir o documento assinado no final do ano passado, no qual ficou acordado que haveria um rodízio na presidência entre os vereadores da bancada. Ele não tem motivo para não cumprir esse acordo”, afirmou Milton Leite ao Metrópoles.
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Milton Leite (União) e Ricardo Nunes (MDB)
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o vereador Milton Leite (União Brasil)
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Vereador Milton Leite (União Brasil)
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Presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (União Brasil)
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Vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara de São Paulo
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Vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara de São Paulo
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Milton Leite entre Silvão e Silvinho Leite
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O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite
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O presidente da Câmara, Milton Leite
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Segundo lideranças da Câmara ouvidas pela reportagem, a avaliação entre os vereadores é de que Silvão não conseguiu se viabilizar para ter o apoio da Casa na eleição de dezembro.
Mudança no regimento
O movimento de tentar diminuir a influência de Milton Leite na Câmara teve um passo importante em 27 de junho, às vésperas do recesso legislativo. Na ocasião, a base governista conseguiu aprovar uma alteração no regimento interno que passou a permitir a reeleição à presidência por apenas mais um ano.
A medida retomou o modelo que era vigente até 2022. Naquele ano, durante a presidência de Milton Leite, a Câmara aprovara um projeto que passou a permitir a reeleição pela terceira vez seguida, reconduzindo-o ao comando. Em 2023, uma nova mudança foi aprovada, dessa vez permitindo a recondução de forma indefinida.
A retomada do chamado modelo 1+1, neste ano, foi entendida nos bastidores como uma forma de impedir que o grupo de Milton Leite dominasse a Câmara nos anos seguintes, estabelecendo um padrão de dois anos de mandato. A articulação da mudança, inclusive, ocorreu no momento em que ele era homenageado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em cerimônia com a presença dos vereadores do União.
Esse formato se encaixa ao discurso de que Teixeira deve ser reeleito, com o apoio do governo, completando dois anos na Presidência.
Consequências para 2026
Outro fator levado em conta nessa articulação é o fato de que, no ano que vem, há chances de Ricardo Nunes deixar a prefeitura para disputar o governo do Estado.
Com isso, o presidente da Câmara viraria uma espécie de vice-prefeito, já que com o vice Mello Araújo (PL) na cadeira de titular, o posto de comando do Legislativo vira o segundo na linha sucessória do Executivo municipal.
Neste cenário, seria interessante para os aliados de Nunes na Câmara que a presidência ficasse com alguém de confiança do grupo e não com o União Brasil.
Aliados de Milton Leite, por outro lado, apontam que o movimento pode ser arriscado para Nunes. Isso porque, caso a federação entre União Brasil e PP se concretize, Leite, que comanda o partido em São Paulo, teria o controle de uma bancada de 11 cadeiras, a maior da Câmara Municipal.
O entorno do cacique também aponta que um boicote aos planos de Milton Leite na Câmara também pode colocar em risco o apoio do União a uma eventual candidatura de Nunes em 2026.
Fonte: www.metropoles.com


































