Deputados estaduais bolsonaristas têm conversado sobre atos coordenados em Assembleias Legislativas para pressionar os governadores de seus respectivos estados a aderirem à campanha contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Parlamentares de ao menos três estados – Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo – avaliam obstruções regionais a projetos do Executivo local como instrumento de pressão após a prisão domiciliar imposta na segunda-feira (4/8) a Jair Bolsonaro (PL) por Moraes. O ex-presidente descumpriu medidas cautelares ao usar as redes sociais por meio de publicações de seus filhos, segundo o ministro.
O objetivo da ação coordenada dos parlamentares estaduais é fazer com que os governadores utilizem o prestígio do cargo ou a influência interna nos partidos para enquadrar os senadores que ainda não tenham se manifestado sobre o impeachment do ministro do STF.
Pressão sobre o PSD
No caso de São Paulo, os deputados estaduais bolsonaristas acham que podem pressionar o secretário de Governo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Sete dos 24 senadores que não se posicionaram sobre o impeachment de Moraes são filiados ao partido de Kassab – bolsonaristas acompanham o posicionamento dos senadores em um placar online.
Nesta semana, bolsonaristas do Congresso cobraram publicamente o posicionamento da senadora Mara Gabrilli (PSD), além do senador Giordano, que é do MDB.
Em desfavor do plano está a falta de apelo nos projetos que ainda serão pautados no segundo semestre na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na pauta do ano, restam projetos sobre terras devolutas, reestruturação da carreira de pesquisadores, reconfiguração das Defensorias Públicas e alteração da Lei Orgânica da Polícia Civil.
Aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Alesp preveem que os bolsonaristas radicais devem “tumultuar” as sessões e ser um incômodo maior ao governo do que os parlamentares da oposição.
Outro meio de pressão aos senadores do PSD pode ser o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, recém-filiado ao partido. Deputados estaduais aliados a Bolsonaro também consideram obstruir a pauta da Assembleia gaúcha.
Ciro Nogueira e Alcolumbre
Um dos nomes citados por bolsonaristas é o do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, que foi à casa do ex-presidente visitá-lo no dia seguinte à prisão domiciliar. Por outro lado, o parlamentar, que também é presidente do Progressistas, não se manifestou sobre o impeachment de Alexandre de Moraes.
Recentemente, o PP se uniu ao União Brasil, partido de Davi Alcolumbre, presidente do Senado que também parece como “indefinido” no placar do impeachment e é o responsável por pautar o pedido dos bolsonaristas para tirar Moraes do STF.
Fonte: www.metropoles.com