São Paulo – Candidato à Prefeitura da capital, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) negou, nesta quarta-feira (7/8), a alcunha de radical que lhe foi conferida após ter liderado o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e disse que não defende manifestações violentas.
Questionado em entrevista realizada pelo portal G1 sobre depredações ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, em 2016, Boulos disse que a violência foi empregada em raras ocasiões.
“Não defendo manifestações violentas. Tive um histórico de 20 anos atuando no movimento social em que foram raros os casos de violência como esse. O meu papel era defender as pessoas com unhas e dentes. Hoje estou em outro lugar, não sou mais líder de movimento social, sou deputado federal”, disse Boulos.
Ele acrescentou que, no Congresso Nacional, não se aprova “nem nome de rua se não houver capacidade de diálogo” e disse ter amadurecido desde que deixou a liderança de um movimento social para atuar na política.
“O que mudou é que aprendi, nesse meio tempo, que às vezes você precisa respirar e engolir a seco quando vê uma injustiça e não reagir com a raiva e o ímpeto. Eu amadureci sem amolecer”, afirmou.
Boulos e a Venezuela
Boulos também foi questionado sobre o processo eleitoral na Venezuela, que anunciou a vitória de Nicolás Maduro mesmo em meio a uma série de protestos contrárias ao regime.
“A Venezuela não é o meu modelo de democracia. Se ficar comprovado que houve fraude nas eleições, se isso de fato se comprovar e o governo que exercitou fraude permanecer no governo, você não vai ter uma democracia”, disse ele.
O psolista tem sido cobrado por causa do posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a dizer que não há “nada de grave” no resultado, e do PT, partido de sua vice, Marta Suplicy, por ter defendido e reconhecido a vitória de Maduro.
Fonte: Oficial