São Paulo — O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) negou que o ato do qual participou na zona leste ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã deste sábado (29/6) na zona leste tenha sido “político”. Ele disse, ainda, que a inauguração deste sábado é diferente do evento de Primeiro de Maio, quando Lula chegou a pedir votos para o psolista.
“O 1º de Maio era um evento político, das centrais sindicais. Hoje é um evento oficial, do governo federal. Eu discursei não como representante partidário. Falei representando uma bancada de deputados federais de São Paulo, até por ter sido o mais votado do Estado”, afirmou Boulos.
Lula e Boulos participaram juntos do lançamento da pedra fundamental do Campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo.
Críticas a Nunes
O pré-candidato à Prefeitura ainda criticou seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Para ele, Nunes não foi ao evento na zona leste porque “teve medo de ser atacado por bolsonaristas”.
“Ato político foi o que ele [Nunes] foi fazer com o Tarcísio [de Freitas, governador] no Jardim Ângela na semana passada, sabendo que teria esse evento hoje”, disse. “Montaram um negócios às pressas, um ato político, dizendo que uma obra do governo federal é dele.”
“Ato político foi o que ele foi fazer ontem em Cidade Tiradentes, uma obra com recursos do governo federal. A única contrapartida é o terreno, que é condição para o projeto ser selecionado pelo MEC, ele vai lá e fica fazendo politicagem”, continuou Boulos. “O prefeito Ricardo Nunes não tem autoridade moral para falar de institucionalidade. Ele se tornou um refém do bolsonarismo.”
O Metrópoles procurou a assessoria de Nunes para comentar as declarações de Boulos, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Discurso de Boulos
Embora não tenha pedido votos, o evento na zona leste serviu de palanque a Boulos. O deputado exaltou, durante seu pronunciamento, a população da zona leste — região que, segundo ele, “foi tratada historicamente como uma cidade-dormitório, onde o povo morava, mas tinha que atravessar a cidade para trabalhar e estudar”.
Boulos defendeu os moradores da periferia neste sábado. “Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem de ser tratado diferente do morador dos Jardins, nós temos a convicção de que o morador de Itaquera e de Cidade Tiradentes tem que ser tratado como o morador do Morumbi, do Itaim [Bibi], de qualquer outro bairro rico desta cidade. Essa é a diferença [de projetos de governo]”, disse.
Escolas cívico-militares
O pré-candidato também criticou indiretamente o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelas escolas cívico-militares. “Enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente que acha que a solução é escola militar”, disse o deputado.
Em conversa com jornalistas, Boulos voltou a falar sobre o assunto. “Acho lamentável que o atual prefeito de São Paulo compre de maneira descriteriosa a ideia de escolas militares que o governador está fazendo. Se nós ganharmos as eleições em São Paulo nós vamos interromper isso. [Vamos] valorizar professor, valorizar livro, valorizar formação.”
Fonte: Oficial