O Brasil registrou, no primeiro semestre de 2024, um total de 79.304 emplacamentos de veículos eletrificados leves (BEV, PHEV, HEV e MHEV), o que representa um aumento expressivo de 146% sobre os 32.239 unidades do primeiro semestre de 2023.
Os dados foram divulgados pela ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, e confirmam a previsão da entidade de que o país pode superar os 150 mil veículos eletrificados vendidos até o fim do ano, o que significaria um crescimento superior a 60% sobre os 93.927 emplacamentos do ano passado. São quase 300 mil veículos eletrificados em circulação no país.
Considerando apenas o mês de junho de 2024, foram 14.396 emplacamentos, o terceiro melhor mês da série histórica, iniciada em 2012. Essas vendas representaram um aumento de 131% sobre junho de 2023.
A opção preferida dos consumidores, dentro de toda a gama de eletrificação, continua sendo a dos carros 100% elétricos movidos a bateria (BEV). De janeiro a junho de 2024, essa tecnologia foi a responsável por 39% das vendas de eletrificados no país (31.204 unidades).
Na sequência, aparecem os veículos híbridos plug-in (PHEV), que demandam recarga de energia externa, com 29,5% dos emplacamentos (23.296 unidades). Confira os números das vendas de veículos eletrificados por categoria no primeiro semestre de 2024:
Apesar de os números mostrarem a maior preferência dos consumidores pelos elétricos, o modelo que liderou as vendas de veículos eletrificados em junho de 2024 foi o híbrido plug-in BYD Song Plus, com 1.911 emplacamentos (10.038 no acumulado do ano), seguido pelos 100% elétricos BYD Dolphin Mini, com 1.315 unidades em junho (9.056 no ano), e BYD Dolphin GS, com 1.217 unidades no mês (7.512 no ano).
Momento de atenção
O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, disse que o Brasil vive um momento de consolidação das tecnologias de eletrificação da frota, mas que é preciso ter cuidados extras com o retrocesso.
“Os números de junho e do primeiro semestre confirmam o excelente momento da eletromobilidade no Brasil, mas temos de ficar atentos aos perigos de retrocesso na rota de descarbonização e eficiência energética da matriz brasileira de transporte”, disse Bastos.
“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação, configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, falou.
Por enquanto, o aumento da alíquota do imposto de importação mantém os critérios adotados no fim do ano passado. A partir de 1º de julho de 2024, a alíquota do imposto dos BEVs passou de 10% para 18%, os híbridos plug-in (PHEV), de 12% para 20%, e os híbridos convencionais (HEV), de 15% para 25%. De acordo com o cronograma divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC) no final do ano passado, todas as alíquotas de importação devem chegar a 35% em julho de 2026.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.
Fonte: Oficial