São Paulo – Os dois atos de Guilherme Boulos (PSol) ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capital paulista, no último sábado (24/8), custaram mais da metade de todo o valor desembolsado pela campanha do psolista à Prefeitura da capital até o momento.
À Justiça Eleitoral, Boulos declarou, até essa quarta-feira (28/8), R$ 1,6 milhão em gastos com a campanha, sendo R$ 860.570 – ou seja, 50,8% – relativos apenas a duas agendas ao lado do presidente: uma delas no Campo Limpo, bairro da zona sul onde o psolista mora, e outra em São Mateus, na zona leste da cidade.
Do total gasto com os comícios junto de Lula, R$ 450 mil foram destinados a uma produtora de eventos, responsável pela contratação de uma intérprete que cantou o hino nacional em linguagem neutra, e outros R$ 410.570 foram pagos para garantir a estrutura dos atos.
O pagamento da produtora foi realizado de forma integral no dia 23/8, ou seja, um dia antes dos eventos com Lula. Já a locação dos materiais que garantiram a estrutura do evento foram pagos de acordo com a finalidade de cada aluguel – cadeiras, mesas, telões, etc –, totalizando 31 depósitos.
Após a polêmica envolvendo o canto do hino nacional com linguagem neutra, classificado como um “absurdo” por Boulos, a campanha do candidato do PSol decidiu romper o contrato com a produtora.
O valor da estrutura
Os dois eventos ocorreram em praças e contaram com palcos, cadeiras, telões e transmissão ao vivo nos canais de Boulos. Somente a montagem do palco em si, de 12 metros de comprimento por 14 de largura, custou R$ 75 mil.
Do total, foram desembolsados R$ 56,4 mil com painéis de LED, R$ 23 mil com a montagem de um camarim e R$ 10,7 mil com cadeiras e poltronas dispostas no palco, Boulos, Lula, ministros, deputados federais e estaduais, candidatos a vereador e outros convidados permaneceram sentados.
Estiveram nos eventos a vice de Boulos na chapa, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), e o marido dela, o empresário Márcio Toledo, além da advogada Natália Szermeta, esposa de Boulos, e dos ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Paulo Teixeira (Agricultura).
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) participou apenas do ato no Campo Limpo, enquanto os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) compareceram somente ao comício em São Mateus.
A contratação também incluiu estandes de enfermaria e hidratação, que custaram, juntos, R$ 5 mil, além do aluguel de banheiros químicos, no valor de R$ 14,5 mil. Também foram alugadas barricadas de segurança por R$ 11,2 mil para delimitar as áreas.
No entanto, ao fim do ato no Campo Limpo, o primeiro do sábado, Lula e Boulos desceram do palco para um encontro direto com a militância, que pulou os gradis de segurança e se aglomerou em volta dos dois.
Fonte: Oficial