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Caso Igor Peretto: acusado tentou arrumar documento falso após crime

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Mario Vitorino, acusado de matar o empresário Igor Peretto a facadas em agosto do ano passado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, tentou arrumar um documento falso após o crime para fugir.

Uma perícia no celular do acusado mostrou que, ao meio-dia de 3 de setembro, três dias após o crime, Mario enviou um áudio a uma pessoa não identificada, pedindo ajuda para arrumar uma identidade falsa.

“Tu não tem nenhum corre para arrumar um documento só, mano, para eu ir embora e conseguir pegar um ônibus ou alguma caminhada?”, diz transcrição do áudio, presente no processo que apura o homicídio.

“Nitidamente o acusado Mario Vitorino pretendia fugir do local em que estava escondido (cidade de Torrinhas), utilizando um documento falso, o que comprova o risco de que em liberdade impediria a aplicação da Lei”, afirma trecho das alegações finais da acusação.

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Sete dias depois, em 10 de setembro, essa pessoa não identificada respondeu Mario, afirmando que demoraria mais cerca de 20 dias para o réu receber os documentos falsos.

Não deu tempo. Mario foi capturado pela polícia em 15 de setembro em Torrinha, no interior de São Paulo, na casa de um tio de Rafaela Costa, esposa da vítima. Os dois teriam se escondido juntos na cidade após o homicídio, até ela retornar à Baixada Santista e ser presa em 6 de setembro por suspeita de envolvimento no crime.

Junto de Rafaela, também foi presa Marcelly Peretto, irmã de Igor e dona do apartamento onde ocorreu o homicídio.

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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São Paulo. – Imagem: Metrópoles

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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São Paulo

Arte/Metrópoles3 de 4

Igor Peretto, Mário Vitorino, Marcelly Delfino Peretto e Rafaela Costa Silva

Reprodução/Redes sociais4 de 4

Igor Peretto e Mario Vitorino conversam no elevador antes da morte de Igor

Reprodução

 

Relembre o assassinato de Igor Peretto

  • Igor foi morto a facadas, aos 27 anos, em 31 de agosto do ano passado, no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, em Praia Grande.
  • Marcelly e Mario são acusados de participar diretamente do crime, sendo o cunhado o principal suspeito de desferir os golpes que tiraram a vida do empresário.
  • Rafaela é apontada como responsável por atrair a vítima para o local do crime, sendo pivô do homicídio.
  • De acordo com os depoimentos dos envolvidos e a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Mario e Rafaela estariam tendo um caso.
  • A viúva do empresário também teria tido relações amorosas com a cunhada Marcelly momentos antes do crime.
  • Para o MPSP, o trio assassinou Igor porque considerava que ele atrapalhava o triângulo amoroso.
  • A tese é rechaçada pela defesa dos réus. Os advogados alegam que uma fatalidade aconteceu durante uma briga, após o uso de álcool e drogas.

Usou celular do amante

Nas alegações finais do processo que apura o homicídio, a mãe e um irmão de Igor, que são assistentes de acusação, apontam que Rafaela utilizou o celular de Mario enquanto esteve fora do radar da polícia. Ela teria começado a usar o aparelho em 1º de setembro, no dia seguinte ao crime.

“No telefone Samsung, apreendido em poder do acusado Mario Vitorino, demonstra-se claramente que Rafaela Costa estava com o mesmo provavelmente na cidade de Torrinha, durante o período antes de ser presa, tanto é que envia diversas mensagens de áudio do mesmo aparelho telefônico que o acusado Mario para algumas pessoas”, diz trecho do documento.

Os assistentes de acusação destacaram ainda que Rafaela teria mentido em depoimento à polícia no dia 6 de setembro, pois ela afirmou que não tinha tido mais contato com Mario desde a manhã do crime, quando foram juntos a um motel.

“Nesse sentido, demonstra-se, que Rafaela Costa e Mario Vitorino permaneceram juntos logo após o crime, e durante a fuga, orquestrando os próximos passos e desdobramentos do que seria feito”, afirmam os assistentes de acusação.

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Mario não quis que esposa fugisse junto

A investigação mostrou que Rafaela e Mario fugiram sozinhos porque ele não quis que Marcelly participasse da fuga. A decisão teria sido tomada logo após o crime.

Momentos após o assassinato, o trio se encontrou em uma rodovia de São Paulo. Marcelly teria tentado convencer Mario a abandonar Rafaela para fugirem juntos. Ele negou, pedindo que a irmã da vítima retornasse à Baixada Santista para informar a família sobre a morte do empresário. Em seguida, os amantes foram juntos a um motel em Pindamonhangaba, no interior do estado.

Em um áudio enviado a uma pessoa não identificada, na noite de 2 setembro e já escondido em Torrinha, Mario afirmou que Marcelly “só não foi junto na fuga porque ele não quis”.

Nas alegações finais, os assistentes de acusação destacam que Rafaela teria mentido em depoimento à polícia no dia 6 de setembro, quando afirmou que não tinha tido mais contato com Mario desde a ida ao motel.

Acusados de homicídio qualificado

  • A acusação pede que Rafaela, Mario e Marcelly sejam pronunciados pelo crime de homicídio com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
  • A pena prevista para homicídio qualificado varia de 12 a 30 anos de reclusão, com acréscimos a depender das qualificadoras.
  • Além dos assistentes de acusação, o MPSP também apresentou suas alegações finais à Justiça.
  • Agora, a defesa dos réus tem o prazo de cinco dias, a partir dessa quarta (30/7), para apresentarem seus últimos argumentos antes da decisão do juiz, que determinará se os acusados serão ou não pronunciados pelo crime. Se forem pronunciados, eles passarão pelo Tribunal do Júri.

O que diz a defesa

A defesa de Mario Vitorino afirmou, em nota, que as imputações e as qualificadoras descritas na denúncia não se sustentam “diante do sólido conjunto probatório construído pela defesa nas três audiências, principalmente pelos relatos oriundos da prova testemunhal e pericial”.

Conforme o advogado Mario Badures, a defesa irá analisar todos os detalhes e rebater, ponto a ponto, a “malfadada acusação que é baseada em elementos diversos da realidade, impulsionada por contornos midiáticos que  não guardam sintonia com a realidade dos fatos, mas sim interesses pessoais outros diversos da busca da verdade e da Justiça”.

Yuri Cruz, advogado de Rafaela, afirmou, também em nota, que a eventual permanência da ré ao lado de Mario Vitorino após os trágicos acontecimentos, por si só, “não permite qualquer conclusão quanto à sua participação no crime doloso contra a vida”.

A defesa destaca que ela não estava presente no momento dos fatos e só tomou ciência do caso ao encontrar os demais envolvidos, posteriormente. “É juridicamente impossível a aderência de Rafaela a um fato que já estava consumado, sobretudo diante da completa ausência de suporte probatório nesse sentido”, diz trecho da nota.

Cruz afirmou ainda que a impronúncia de Rafaela representa não apenas uma medida juridicamente correta, “mas a única compatível com os elementos de prova produzidos nos autos”.

Fonte: www.metropoles.com