Cerca de 300 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo, na região central da capital, na manhã dessa quarta-feira (23/7), e permanecem no local nesta quinta (24). A ação faz parte de uma ocupação organizada em sedes do Incra em 22 estados do Brasil, em um movimento para pressionar o governo Lula pela reforma agrária.
Os manifestantes passaram a noite na sede do instituto e aguardam uma reunião com o presidente do órgão em São Paulo, César Aldrighi, prevista para a tarde desta quinta.
O Incra é uma autarquia do governo federal com a responsabilidade de administrar terras públicas da União, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e promover o ordenamento e a regularização fundiária no meio rural. Para o MST, o diálogo com o instituto de São Paulo está truncado.
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Os manifestantes passaram a noite na sede do instituto
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Militantes fizeram uma homenagem com um bolo para celebrar cinco territórios da reforma agrária popular no estado paulista
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Centenas de militantes ocuparam a sede do Incra em São Paulo
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A ação faz parte de uma ocupação organizada em sedes do Incra em 22 estados do Brasil, em um movimento para pressionar o governo Lula pela reforma agrária
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Para o MST, o diálogo com o instituto de São Paulo está truncado
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Cinco velas foram acesas, uma para cada território
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“Há tempos tentamos um diálogo e seguimos sem resposta para nossa pauta. Falta de vontade política em garantir as conquistas para estas famílias. Entendemos também que para resolver os problemas estruturais da nossa sociedade é imprescindível que o governo federal coloque a Reforma Agrária Popular na ordem do dia. E quando ele vai colocar?”, diz um texto publicado nas redes sociais oficiais do movimento.
Durante a noite, foi feita uma homenagem com um bolo para celebrar cinco territórios da reforma agrária popular no estado paulista: Comuna da Terra Irmã Alberta, em São Paulo; Marielle Vive, em Valinhos; Ilda Martins, em Apiaí; Alexandra Kollontai, em Jardinópolis e Luiz Beltrame, em Gália.
Entenda o que o MST reivindica
- Liberação de créditos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/CONAB) e ampliação dos limites de compra por cooperativas e famílias assentadas.
- Acesso universal ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) A e A/C, com facilitação nos trâmites e renegociação de dívidas.
- Assistência técnica permanente para viabilizar a produção de alimentos saudáveis e estruturantes agroindustriais.
- Habitação no campo, com construção e reforma de casas em assentamentos e a inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
- Assentamento imediato das mais de 5 mil famílias acampadas no estado de São Paulo, algumas em situação de espera há mais de 20 anos.
Em São Paulo, a pauta central perpassa pela arrecadação de terras públicas para a reforma agrária, diz o MST, que critica a Lei 17.557/2022, conhecida por Lei da Grilagem. “Não há solução para a questão fundiária nas terras paulistas sem a derrubada desta lei e a garantia do cumprimento da Constituição Federal, destinando essas terras para as famílias de trabalhadores e de trabalhadoras.”
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O Metrópoles procurou o Incra em São Paulo em busca de um posicionamento sobre a ocupação do movimento, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestação.
Fonte: www.metropoles.com